Hannah
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Charlotte Rampling, atriz inglesa de 72 anos, continua bastante ativa no cinema. Infelizmente, porém, está sendo vista em papéis parecidos nos últimos tempos: ou é a mandona dura na queda (como em Operação Red Sparrow) ou é a esposa de olhar triste e perplexo — foi assim em 45 Anos, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, em 2016, e é assim, agora, em Hannah, que lhe deu o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza no ano passado. Assim como a personagem-título, o filme é um enigma. Hannah faz aulas de teatro amador, trabalha como babá e faxineira numa casa grã-fina de Bruxelas e troca poucas palavras com o marido. Ainda que queira se aproximar do neto, o filho a proíbe e a renega. Em atuação minimalista, Charlotte carrega no semblante o peso e a dor de Hannah, mas a trama em nada ajuda o espectador a compartilhar de sua melancolia. Direção: Andrea Pallaoro (Itália/França/Bélgica, 2017, 95min). 14 anos.