Fatal
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Veja Rio
Em 2010, com RockAntígona, Guilherme Leme Garcia deu início a uma pesquisa cuja matéria-prima era a tragédia grega. Trágica.3, de 2014, deu continuidade ao processo. Agora, em Fatal, o diretor investiga a paixão, mas sem abrir mão da mitologia. Na montagem, costura textos de Jô Bilac (sobre o amor dos deuses indianos Kama e Rati), Pedro Kosovski (Eros e Psique vão parar em um dark room romântico) e Márcia Zanelatto (Tristão, Isolda e um toque de voyeurismo). Debora Lamm e Paulo Verlings dão vida aos três casais. No espaço cênico, apenas luz, figurinos e o tom das atuações variam. Ao atualizar mitos tão poderosos, arquétipos que construíram a noção de romantismo, o diretor aborda, por tabela, a ausência de paixão em nosso tempo. A produção despojada valoriza o trabalho forte e seguro dos dois atores. Na sua despretensão, Fatal soa como um necessário hino ao amor em meio à desesperança e a violência dos dias que correm.