Eu, Daniel Blake
- Direção: Ken Loach
- Duração: 100 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Inglaterra/França/Bélgica
- Ano: 2016
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Em uma competição com Julieta, Sieranevada, Elle, É Apenas o Fim do Mundo e Aquarius, foi Eu, Daniel Blake quem ficou com a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Um prêmio merecido para o veterano diretor inglês Ken Loach, que, aos 80 anos, volta-se contra o sistema e a burocracia de seu país. Político e politizado, o realizador, incisivo, mostra as garras afiadas para narrar, com tintas dramáticas e tragicômicas, a trajetória do viúvo Daniel Blake (Dave Johns). Após sofrer um infarto, esse sexagenário fica proibido pelos médicos de voltar ao trabalho. Precisa, então, requerer os benefícios do governo, mas, para isso, vai ter de encarar uma espiral de exigências e pedidos exaustivos. O lado humanitário de Blake desponta na ajuda (até financeira) a uma mãe solteira (Hayley Squires). Impossível ficar indiferente ao angustiante drama do protagonista e não se identificar com as situações insólitas pelas quais ele passa.