Detroit em Rebelião
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Entre 23 e 27 de julho de 1967, a cidade de Detroit foi tomada por intensos conflitos. Cansados dos maus-tratos e da violência da polícia, cidadãos negros saíram às ruas em protestos de fúria. Houve quebra-quebra e saques, o que acabou enfurecendo ainda mais supostos “homens da lei”. Diretora de pulso firme, Kathryn Bigelow (premiada com o Oscar por Guerra ao Terror) recria um caso que ganhou as manchetes em Detroit em Rebelião. Após mostrar os ataques e os confrontos nas ruas (usando, inclusive, imagens reais), a diretora concentra sua trama no Algiers Motel. Lá, um homem dispara um tiro de festim. É o que basta para policiais, liderados pelo racista Krauss (Will Poulter), invadirem o local e começarem a pressionar, humilhar e torturar os hóspedes para saber do paradeiro da arma. Entre eles estão um veterano do Exército (Anthony Mackie) e um cantor (Algee Smith). Também negro, um segurança (John Boyega) surge para averiguar a situação e apaziguar os ânimos. Em mais de duas horas, a tensão segue constante e aflitiva. Os desdobramentos apontam para um fato cruel ligado a racismo e preconceito. Passados cinquenta anos, nunca é tarde para relembrar uma história ainda muito atual. Direção: Kathryn Bigelow (Detroit, EUA, 2017, 143min). 16 anos.