Corpo e Alma
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Corpo e Alma faturou o Urso de Ouro no Festival de Berlim e é um dos nove pré-indicados ao Oscar 2018 de melhor filme estrangeiro. O trabalho da diretora húngara Ildikó Enyedi tem drama, humor, romance e lirismo, elementos usados, porém, de forma pouco envolvente. Mas talvez o maior problema do longa seja a falta de empatia com os protagonistas, Endre e Maria (papéis de Alexandra Borbély e Morcsányi Géza, na foto). Diretor financeiro de um matadouro, o sessentão Endre tem um braço paralisado, motivo de timidez e retração. Tudo muda quando ele se interessa pela jovem Maria, a nova inspetora de carnes na firma. Metódica ao extremo, a moça vira uma atração à parte no cotidiano de Endre. Os dois, contudo, só vão começar a se entender ao descobrir que, todas as noites, têm o mesmo sonho: são cervos numa floresta nevada. Há uma relação, por vezes óbvia, do acasalamento dos animais com o envolvimento entre os humanos. Além de conter uma dispensável investigação policial em torno do sumiço de uma poderosa droga sexual, a narrativa lenta aborrece. Direção: Ildikó Enyedi (Teströl és Lélekröl, Hungria, 2017, 116min). 16 anos.