Como Nossos Pais
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Leve e solta à frente do drama Como Nossos Pais, a carioca Maria Ribeiro (foto) defende com gana e emoção sua primeira protagonista no cinema. Fez por merecer o prêmio no Festival de Gramado deste ano, no qual o longa levou seis Kikitos (entre eles os de melhor filme e direção). Ela interpreta Rosa, 39 anos, mãe de duas meninas, casada com um ativista (papel de Paulo Vilhena) e que se descobre diante de uma senhora crise familiar. Isso porque, depois de algumas taças de vinho, sua mãe (a ótima Clarisse Abujamra) surpreende com uma revelação sobre a verdadeira identidade do pai de Rosa. A partir desse mote, digno de folhetins piegas, a diretora paulistana Laís Bodanzky (Bicho de Sete Cabeças) faz um registro afetuoso e maduro de relações entre mães, pais e filhos. Ainda embarca, com a simplicidade habitual, numa discussão oportuna sobre os papéis da mulher nos dias de hoje. O roteiro, escrito por Laís e Luiz Bolognesi, tem diálogos por vezes didáticos. Mesmo aí, sobressai o clima agradável de um papo entre amigos. Direção: Laís Bodanzky (Brasil, 2017, 100min). 14 anos.