Com Amor, Simon
Resenha por Miguel Barbieri Jr
A comparação não é injusta. Tanto o recente Me Chame pelo Seu Nome quanto o novo Com Amor, Simon têm protagonistas de 17 anos às voltas com a descoberta da homossexualidade. Mas, enquanto o filme do italiano Luca Guadagnino exala sexo e se iguala ao vinho, a produção juvenil americana tenta envolver pela fofice e se equipara à água — com açúcar (!). O bê-á-bá para sair do armário recai sobre Simon (Nick Robinson), o jovem queridinho dos amigos de high school que tem desejo por outros homens (muito pouco explorado pelo roteiro, extraído do livro homônimo, lançado pela editora Intrínseca). A pegada aqui é pelo viés do humor e do romance, fazendo com que Simon se apaixone por um rapaz anônimo com quem ele se corresponde por e-mail. Na era das redes sociais, o desenrolar da trama soa fake e a falta de conflitos e ousadia coloca o filme no mesmo patamar das comédias teen da década de 80. Direção: Greg Berlanti (Love, Simon, EUA, 2018, 110min). 12 anos.