Cinquenta Tons Mais Escuros
- Direção: James Foley
- Duração: 118 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: EUA
- Ano: 2017
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Embora as bilheterias de Cinquenta Tons de Cinza tenham sido ótimas (só no Brasil foram mais de 6 milhões de espectadores), houve atritos na produção. A diretora Sam Taylor-Johnson e a roteirista Kelly Marcel pularam fora da sequência, e, dois anos depois da estreia do primeiro episódio, chega às telas Cinquenta Tons Mais Escuros, a segunda parte da trilogia extraída dos livros de E.L. James. James Foley, cineasta de certa expressão na década de 80, foi chamado para comandar a continuação da saga erótica de Christian Grey (Jamie Dornan) e Anastasia Steele (Dakota Johnson), e o resultado é… ordinário (!). A vantagem do original estava na proposta ousada de trazer para as novas gerações o controverso tema do sadomasoquismo. Tudo foi pelos ares. Com cenas de sexo comedidas (para fisgar plateias maiores), a história fica centrada no romance-vaivém dos protagonistas. Grey, bilionário com inclinações, digamos, peculiares nas transas, decide resgatar o amor de Ana. Ela cai rapidinho na conversa irresistível do ricaço. Mas há duas pedras no sapato da “Cinderela”: uma ex-submissa de Grey, que surge como um fantasma nas ruas de Seattle, e Elena Lincoln (Kim Basinger), a pervertida amiga da mãe de Grey que o seduziu na adolescência. Os conflitos são resolvidos rasteiramente e, não raro, beiram o constrangimento. Dakota tenta dar credibilidade à personagem, mas o roteiro insiste numa Ana titubeante entre a razão e o desejo. Sarado e com visual repaginado, Dornan está mais sexy (de acordo com Grey), porém, nas cenas dramáticas, o ator tem a mesma expressão de uma porta.