Carlos Malta e Pife Muderno
Resenha por Rafael Cavalieri
Um virtuose, o carioca Malta tem notória intimidade com as famílias
do sax (toca os instrumentos barítono, tenor, alto e soprano) e da flauta (soprano, alto em sol, dó, baixo, piccolo…). À segunda lista, acrescentou um típico flautim de bambu, cercou-se de colegas talentosos e montou o bem-sucedido projeto musical que já dura vinte anos. O aniversário redondo inspirou a produção do CD duplo Ao Vivo na China, que ganha lançamento em duas noites no Espaço Sesc Copacabana. No Rio, o músico reencontra os integrantes do Pife Muderno que o acompanharam no Teatro da Cidade Proibida, em Pequim, há três anos: Andrea Ernest Dias (pifes, bansuri e flautas), Oscar Bolão (percussão), Marcos Suzano, Bernardo Aguiar (pandeiros) e Durval Pereira (zabumba). O peso da percussão e os devaneios dos solos nos sopros — às vezes os papéis se invertem de maneira surpreendente — resultam em um espetáculo empolgante, embalado por clássicos revisitados, a exemplo de Pipoca Moderna (Caetano Veloso), Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), O Canto da Ema (João do Vale) e Ponteio (Edu Lobo).