BR-Trans
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- Duração: 50 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Rafael Teixeira
![Silvero Pereira em BR-TRANS: ele assina a dramaturgia e está em cena neste monólogo Silvero Pereira em BR-TRANS: ele assina a dramaturgia e está em cena neste monólogo](https://vejario.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/br-trans-_credito-lina-sumizono-15.jpeg?quality=70&strip=info&w=919&w=636)
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Entre os tantos méritos deste arrebatador monólogo, talvez o maior seja a capacidade de chamar a atenção do público para um assunto socialmente espinhoso — o preconceito e a violência física sofridos por travestis, transformistas e transexuais —, não se furtar a uma tomada de posição e, mesmo assim, preservar a sua integridade artística. O ator cearense Silvero Pereira está em cena e também assina a bem cerzida dramaturgia do espetáculo, uma reunião de histórias colhidas ao longo de uma pesquisa empreendida por ele em comunidades trans de várias partes do país. No palco, o artista recebe os espectadores na pele de seu alter ego, Gisele Almodóvar, para em seguida vivenciar esses relatos multiplicando-se por personagens cuja vida de certa forma se confunde com a do próprio Pereira. Em pegada algo performática (encampada na cenografia e na luz), a encenação mescla linguagens, notadamente a música, com o ator escoltado pelo instrumentista Rodrigo Apolinário em canções como Geni e o Zepelim, de Chico Buarque, e Três Travestis, de Caetano Veloso. A direção da gaúcha Jezebel De Carli é na maior parte do tempo bem-sucedida na articulação das histórias, garantindo boa fluência. Decisiva para o êxito, porém, é a interpretação de Pereira, desenvolta, de modo a fazer o trabalhoso parecer fácil, além de tocante em sua entrega e coragem.