Blade Runner 2049
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Blade Runner, de 1982, apostou num cenário sombrio em que humanos conviviam com androides numa chuvosa Los Angeles futurista. E, assim, Ridley Scott criou uma ficção científica que, com o passar dos anos, virou cult celebrado. Blade Runner 2049 retoma a trama três décadas depois. Los Angeles ainda é o centro de um mundo onde os robôs estão cada vez mais perfeitos — e o “blade runner” K (Ryan Gosling) faz parte dessa novíssima geração de policiais à procura dos replicantes ultrapassados. Uma investigação lhe parece apetitosa: tempos atrás, nasceu um bebê, fruto da relação de um homem com uma androide. Matou a charada? Em mais de duas horas de duração, o roteiro estica a missão de K, que tenta encaixar as peças do enigma, e o tão esperado encontro com o personagem de Harrison Ford só ocorre nos quarenta minutos finais. Visualmente, esta sequência, dirigida por Dennis Villeneuve (de A Chegada), é arrebatadora e tem efeitos visuais eficientes e pontuais. Não há exageros estéticos nem arroubos narrativos. Contudo, ao contrário da matriz, deve seguir seu curso normal sem conquistar uma nova legião de fãs. Direção: Dennis Villeneuve (EUA/Inglaterra/Canadá, 163min). 14 anos.