Animais Noturnos
Não dá para ficar indiferente a Animais Noturnos, adaptação do livro de Austin Wright feita pelo estilista (e cineasta) Tom Ford. Em seu segundo longa-metragem como diretor (o primeiro foi Direito de Amar, de 2009), Ford tem a habilidade de contar mais de uma história (em três tempos distintos) sem perder o fio da meada e, melhor, deixa a plateia de olhos grudados na tela. Tão envolvente é a narrativa que, no desfecho, fica uma sensação de quero mais e, vale o aviso, a resolução dá, sim, margem a, ao menos, duas leituras. Depois de uma impactante cena de abertura, o roteiro apresenta Susan Morrow (Amy Adams), galerista de Los Angeles, casada com um almofadinha milionário e infiel (Armie Hammer). Num cotidiano ditado por cores neutras, Susan terá um desafio pela frente. Seu ex-marido, Tony Hastings (Jake Gyllenhaal), de quem ela se separou há quase duas décadas, escreveu um livro e deixou os originais na casa dela. Ao começar a leitura, Susan embarca numa jornada sombria a respeito de um homem (interpretado pelo mesmo Gyllenhaal) que, numa viagem com a família, é ameaçado numa estrada por um trio de caipiras grosseiros, liderado pelo violento Ray (Aaron Taylor-Johnson). Passado e presente, justiça e vingança, escolhas certas ou erradas? Eis um filme instigante e merecedor de uma reflexão no fim da sessão. Direção: Tom Ford (Nocturnal Animals, EUA, 2016, 116min). 16 anos.
https://www.youtube.com/watch?v=MA4wBYcgEUQ
Estreou em 29/12/2016.