A Cor do Brasil
Resenha por Renata Magalhães
Atração caprichada na programação montada para os Jogos Olímpicos, a exposição A Cor do Brasil, que ocupa o Museu de Arte do Rio a partir de terça (2), é um passeio pela história das artes nacionais, do século XVIII aos anos 1970. A lista de 300 obras de mais de 100 artistas vai de Eliseu Visconti a Adriana Varejão, passando por Anita Malfatti e Alfredo Volpi. Não há dúvida, porém, sobre qual é a estrela do acervo: inspiração para o movimento modernista, a tela Abaporu, de Tarsila do Amaral (1886-1973), volta ao Rio pela segunda vez desde que, em 1995, foi arrematada em Nova York, por 1,4 milhão de dólares, pelo empresário argentino Eduardo Costantini. A mudança da tela para a coleção do Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (Malba), fundado por Costantini, provocou comoção por aqui. Houve até uma tentativa de tombamento da obra-prima, para evitar sua expatriação. Esta quinta visita de Abaporu ao seu país natal — a última aconteceu há pouco mais de cinco anos — só dura até o fim da Olimpíada, no dia 21. O quadro volta para a Argentina a tempo de brilhar na comemoração dos quinze anos do Malba, em setembro. Aproveite, portanto.