Miudinho: o incrível cardápio do novo bar de Gabriel da Muda na Tijuca
Chef Aline Sasaqui, também à frente do premiado Botica, terá duas churrasqueiras à disposição e balcão de acepipes frios

“Quando entrar setembro, e a boa nova andar nos campos…”
Como diz um amigo, isso é som. Lembrei de Sol de Primavera, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, ao saber que vai brotar na Tijuca um boteco daqueles que já nascem rumo ao topo da preferência quando o assunto é a combinação carioca de chope, petisco e calçada (com churrasqueira para arrematar).
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O Miudinho abre na primeira semana do mês, situado na Rua Visconde de Itamarati, uma das vias que desembocam em frente ao Maracanã, mais precisamente no setor sul do gigante histórico. Um bar que traz de volta ao jogo o músico, cantor e compositor Gabriel da Muda, empreendedor e apaixonado pelas boas brincadeiras de garfo e faca. E tem à frente da cozinha a craque Aline Sasaqui, parte do quarteto de cozinheiras destacado em matéria recente pela VEJA RIO.
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Considerado pela turma de criadores o irmão caçula do Botica, joia de Botafogo que possui a placa de melhor petisco no COMER & BEBER, com sócios em comum (Guilherme Bon e Vinicius Zamana), o Miudinho fará, nas palavras da chef, “uma grande homenagem à Tijuca, esse lugar que representa tão bem o ideal da boemia, a aura do futebol e essa tradição do encontro em volta da comida acompanhada de um copinho americano.
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Ou, conforme comentou Gabriel da Muda, será “uma espécie de romance entre um izakaya e um botequim do subúrbio carioca”. As referência orientais, embora não expliquem a birosca, estão bem distribuídas no repertório pela cozinheira que descende de japoneses e está à vontade na interseção cultural.
Duas churrasqueiras servirão a uma série salivante de miúdos nos espetinhos de língua bovina, coração e fígado de galinha. Mas também de abobrinha; beringela com missô; jiló com queijo e bacon; e tulipa de frango. Destacam-se nos processos um molho tarê, e a marinada de shoyu e koji de fermentação caseira.
O balcão frio vai oferecer acompanhamentos para os espetinhos e beliscos como sacanagens de peixe curado, charcutaria feita na casa e um rollmops, clássico do frio europeu que pinta como tendência em balcões da cidade, feito aqui de trilha ou sardinha, e recheado com picles de abóbora e pimenta de cheiro.
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Vegetarianos serão agraciados com os promissores espetinhos de polenta frita, e um bolinho de tapioca, cogumelos, castanha de caju e alfavaca. Sobremesa no boteco? Teremos: a tortinha de maçã verde com chocolate branco tostado promete aniquilar laricas.
As cervejas de garrafa comparecem ao lado de uma carta de drinques feitas por Thiago Teixeira e Michell Agues, da Bar Skull. A ideia é trabalhar no contexto da Aldeia Marakanã, envolvendo ancestralidade e frescores.
Só golaço, ao que parece.
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Um ou outro chope com o Jaguar, no meio da tarde, no Bar do Souza, na Rua Riachuelo. Não havia trabalho, sol ou chuva que me tirassse de cada oportunidade de encontro, na época em que eu recebia e colocava na página a sua coluna no jornal O DIA. Acho o melhor humorista de todos os tempos, da charge à pena, uma inteligência rara para observar seu tempo e seus pares, sob as lente da melhor cena boemia que já houve em solo carioca. Um gênio, sem forçar a expressão. Viva Jaguar!