Um lado poético da perda
Menina tenta desvendar mistérios da vida em O Travesseiro (Poema Nº 1 para a Criança)
AVALIAÇÃO ✪✪✪✪
Levar ao palco um assunto doloroso como a morte sem carregar nas tintas dramáticas já é uma empreitada e tanto. Quando o público é formado por crianças, acrescenta-se o desafio de
tornar o tema palatável, sem diluir sua importância. Neste sentido, é um acerto a encenação de O Travesseiro (Poema Nº 1 para a Criança), dos paulistas da Velha Companhia.
Na poética história, escrita pelo também diretor Kiko Marques, a menina Didi (Alejandra Sampaio) descobre que seu irmão virou um travesseiro. Resolvida a desvendar esse misterioso acontecimento, ela dá início a uma série de questionamentos. A certa altura, pergunta a Deus por que transformou o garoto sem antes perguntar a ele se estava gostando de ser gente. No palco, Alejandra é escoltada por Silvio Restiffe e Flávia Pucci, que se desdobram com correção em vários papéis. Responsável por oportunos momentos de humor, a protagonista só poderia soar menos infantilizada (as falas abusam do diminutivo, como em ?escolinha? e ?cartinha?). Na caprichada produção, a luz de Guilherme Bonfanti é peça fundamental para reforçar o clima de cada cena. Vale ressaltar também o inventivo cenário de Marisa Bentivegna, além dos figurinos e adereços de Marina Reis.
O Travesseiro (Poema Nº 1 para a Criança) (55min). Rec. a partir de 5 anos. Estreou em 4/6/2011. Oi Futuro Ipanema (118 lugares). Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema, ☎ 3201-3010, ? General Osório. → Sábado e domingo, 16h. R$ 10,00. Bilheteria: 15h/21h (ter. a sex.); a partir das 14h (sáb. e dom.). Até 10 de julho.