Carregando nas tintas
Montagem de sucesso no circuito off-Broadway mantém o espírito original
AVALIAÇÃO ✪✪✪
Autor e diretor celebrado no circuito alternativo de Nova York, Charles Busch fez fama com espetáculos de humor escrachado e estilo camp (associado ao exagero e ao mau gosto), repletos de piadas sexuais e atuações propositadamente carregadas. Não raro, em suas peças, papéis femininos são defendidos de forma caricata por homens. Isso posto, qualquer análise justa de Vampiras Lésbicas de Sodoma, atração no Teatro Café Pequeno, deve partir da premissa de que se trata não de uma comédia qualquer, mas da montagem de um dos textos mais conhecidos de Busch. Apenas três cenas são suficientes para contar a história. Na primeira, ambientada na Sodoma do título, uma virgem (Thiago Chagas, no papel que foi de Busch na estreia, em 1984) é entregue em sacrifício para ser mordida pela vampira Súcubo (Marya Bravo). Tornada imortal, ela reencontra sua algoz (e agora rival) na Hollywood dos anos 20 e na Las Vegas da década de 80. Responsável pela adaptação e pela direção, Jonas Klabin deu à encenação ares de musical, incorporando hilariantes versões de canções de cabaré típicas da Alemanha da República de Weimar. Não tão acertadas são algumas referências ao Brasil, forçadamente inseridas no texto ? nada, porém, que comprometa o conjunto. O elenco se entrega com gosto à proposta kitsch, em especial Davi Guilhermme e, principalmente, Marya, ao incorporar uma diva canastrona de cinema (70min). 18 anos. Estreou em 27/11/2013.
Teatro Café Pequeno (80 lugares). Avenida Ataulfo de Paiva, 269, Leblon, ☎ 2294-4480. Quarta e quinta, 20h30. R$ 30,00. Bilheteria: a partir das 16h (qua. e qui.). TT. Até quinta (19).