Três perguntas para Guilherme Arantes
No Theatro Municipal, o cantor, pianista e hitmaker lança caixa de CDs com obra completa e repassa quarenta anos de carreira
Você enxerga discípulos ou sucessores na música de hoje?
Não me arrisco a dizer que sou influência, é mais uma semelhança na batalha, no idealismo da música. Acho o Tiago Iorc especialmente parecido, embora seja nativo do violão, não do piano. É compositor, músico aplicado e não se importa em atravessar fronteiras, causar apaixonamentos femininos.
Na adolescência você tocou na banda Os Polissonantes, com o (então futuro) ator Kadu Moliterno no baixo. Ele levava jeito para a coisa?
Não. Na música, não… Ele sempre levou o lance de ser ator muito mais a sério. Mas foi um tempo lindo. Vimos chegar Led Zeppelin, o lançamento de Revolver e Sgt. Peppers, dos Beatles, Jimi Hendrix, Woodstock. Tudo isso foi pra quem viveu!
Seu público se renovou ou a plateia quer mais é cantar junto seus muitos sucessos?
Tem muito jovem ali, misturado. Acho que mais do que renovação, houve uma agregação. Não sou “geracional”, sou como o Roberto Carlos, a quem a avó, a mãe, a neta e a bisneta vão assistir. A plateia quer, sim, revisitar os velhos sucessos, mas a cada dia com um novo olhar. Neste show, as pessoas vão ver o Guilherme que, quando menino, em família, ouvia a Tia Jandyra, dona da casa e do piano de cauda, dizer: “Silêncio que o Guilherme vai tocar!”. Mas nem precisa dessa reverência. Eu quero mesmo é que todo mundo cante junto.
Theatro Municipal. Praça Marechal Floriano, s/nº, Centro. Domingo (27), 20h. R$ 120,00 (galeria) a R$ 260,00 (plateia, frisa e balcão nobre).