Pausa dramática
Atriz do Armazém, Simone Mazzer volta às origens e solta a voz no Solar de Botafogo
Quem assistiu aos espetáculos da Armazém Companhia de Teatro vai se lembrar da talentosa atriz que eventualmente soltava a voz em cena ? seu mais recente papel, na peça Antes da Coisa Toda Começar, era o de uma cantora. Após dezoito anos em cena, Simone Mazzer fez, digamos, uma pausa dramática: voltou a se dedicar apenas à música, atividade que a lançou na cena paranaense no fim da década de 80. Ao lado de dois conterrâneos, o pianista Marco Antonio Scolari e o baterista Eduardo Borato, e de André Bedurê (contrabaixo), ela visita o Solar de Botafogo, na segunda (26), para soltar o vozeirão em interpretações intensas. Suas influências vão do rock à melancolia em dó de peito de Vicente Celestino (1894-1968). “Gosto do tom do rádio nas décadas de 40 e 50. Pego essas referências e as levo para canções contemporâneas”, conta.
Radicada no Rio há catorze anos, Simone incluiu no repertório apenas uma música de compositor carioca, Móbile no Furacão, de Paulinho Moska, e revela uma queda pela vanguarda paulista. Parece que Bebe, de Itamar Assumpção, e Mente Mente, de Róbinson Borba, produtor de Clara Crocodilo, disco de Arrigo Barnabé, estão no programa. Em três momentos, ela canta em inglês. Com belo arranjo para contrabaixo, sua versão de Moon over Bourbon Street, de Sting, é emocionante. Outra parte da apresentação é dedicada a compositores paranaenses pouco conhecidos fora da terra natal da artista: Bernardo Pellegrini é autor do rock Dei um Beijo na Boca do Medo e Maurício Arruda Mendonça, dramaturgo do Armazém, revela a verve poética em Estrela Blue.
Simone Mazzer. 14 anos. Solar de Botafogo (160 lugares). Rua General Polidoro, 180, Botafogo, ☎ 2541-1941. Segunda (26), 21h30. R$ 40,00. https://www.solardebotafogo.com.br.