As atrações africanas do Rock in Rio 2017
Rua temática do festival, Rock Street homenageia o continente com diversos representantes da cultura local
Sempre temática, a Rock Street do Rock in Rio 2017 vai homenagear um continente inteiro: África. Fugindo do clichê sem descaracterizar a cultura local, a programação quer mostrar que a música africana vai muito além de tambores e tribos pintadas ao trazer artistas que se apresentam com frequência em diversos lugares da Europa. Curador das atrações, Toy Lima relembra que a música do continente é o berço para quase todos os outros ritmos. “Os africanos que foram para os Estados Unidos ajudaram na criação do blues e do jazz, no Brasil, influenciaram no samba. Se não fosse por eles, nossa música seria parecida com a da Suíça”, comenta.
Com danças típicas, figurinos cuidadosamente selecionado e 20 casas que representam diferentes países, a rua promete transportar um pouco da África para o Brasil. Confira abaixo as principais atrações que vão se apresentar nos sete dias de festival:
Coral do Rei
Formado por um grupo de dez refugiados e imigrantes da Angola e do Congo, o coral vai apresentar canções nos três principais dialetos do continente. VEJA RIO foi acompanhar um dos ensaios, leia mais aqui.
Tyous Gnaoua
Nos anos 60, Jimi Hendrix e George Harrison passaram pelo Marrocos em busca de inspiração da música Gnaoua para suas composições. É justamente de lá, da cidade de Essaouira, que vem o grupo, formado nos anos 90 e liderado pelo Maâlem (mestre do ritmo) Abdeslam Allikane. O festival Gnaoua de Essaouira, que acontece todo ano desde 1999, atrai músicos de todo o mundo como Sting e Pat Metheny entre tantos.
Les Tambours de Brazza
Mundialmente conhecidos, já se apresentaram em grandes festivais pelo planeta unindo tradição e modernidade dos diferentes ritmos do Congo. São conhecidos como a mais espetacular banda de percussionistas da África Central com apresentações baseadas no som do Ngoma, tambores de acentos rítmicos variados que dialogam com instrumentos ocidentais como baixo e guitarra.
Ba Cissoko
Nome referência nos festivais descolados da Europa, é um dos mais conceituados músicos de origem griot. Suas composições reinventam a tradição Mandingue com seu afro-beat pontuado por instrumentos como a Kora, o D´Gouni, guitarra, baixo e tomani – tambor falante usado em toda a África do oeste em países como Senegal, Gâmbia e Nigéria.
Mamani Keïta
A cantora e compositora do Mali é engajada na divulgação da música africana em todo mundo e vem pela primeira vez ao Brasil com seu grupo que eletrifica suas canções com o suingue e a doçura das mulheres malineses. A sintonia entre eles é única e admirável tendo colhido os mais belos elogios e é executada nas rádios destacadas em todo o mundo.
Alfred et Bernard
Não estranhe se você vir um instrumento parecido com o berimbau. Os primos nascidos e criados no Burundi usam o Umuduri, instrumento ancestral que lembra o nosso. No show, o público poderá ver mixagem de instrumentos tradicionais e modernos que lhe valeram o principal prêmio da música africana em 2011, o L’East African Music Awards na categoria Folk/Musique Traditionenelle em Nairobi. Seu último trabalho de 2015, La vois des collines figura hoje como um dos mais representativos da música de sua região em todo o mundo.
Fredy Massamba
Mais um representante do Congo, ele já rodou o mundo com suas canções que juntam elementos do soul ao funk sob a base rítmica africana. Sua voz potente e gutural lhe renderam convites para gravações com músicos como Mos Def and the Roots. Pela primeira vez no Brasil, Fredy Massamba é o próprio canto africano original e se apresentou nos mais prestigiados festivais de todo o mundo com uma formação que reúne guitarra, baixo, teclados e uma incrível percussão corporal.