Da Cosmococa aos Megabichos: quatro novas exposições para conferir no Rio
Instalação inédita de Hélio Oiticica e Neville D'Almeida, que estará na abertura, e mostra no Museu Chácara do Céu, ambas gratuitas, são destaques
Cosmococa 5 Hendrix War (Versão Privê)
A obra integra a famosa série Cosmococa — Programa in Progress, criada em 1973 por Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida, que estará presente na abertura da mostra, e que possui vários desdobramentos — livro, fotografias, cartazes, instalações públicas e domésticas. Homenagem ao guitarrista Jimi Hendrix (1942-1970), Cosmococa 5 Hendrix War (Versão Privê) é a única das seis obras criadas para residências que nunca havia sido mostrada em público. Para a exposição, foi reproduzido um apartamento, com mobília e trabalhos de outros artistas, como Alexandre Murucci, Anna Costa e Silva, Elmo Martins, Julianne Chaves, Lígia Teixeira, Paulo Jorge Gonçalves e Rita Chaves.
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. Rua Luís de Camões, 68, Praça Tiradentes. Seg. a sáb., 10h/18h. Abertura: Sáb. (3), 15h/18h. De 3 de junho a 10 de dezembro.
Páginas Para Um Tempo Em Branco
Ex-operário, o artista de Bauru começou a trabalhar aos 13 anos. Em 2018, passou a viver da arte e suas obras resgatam justamente materiais que usava quando era empregado de uma fábrica de placas de sinalização. A exposição é resultado do que produziu durante sua residência no Instituto Inclusartiz. a crítica política e social explícita — ele reproduz seus desenhos dos cadernos da infância em chapas de aço, pintada com tinta óleo, como uma forma de mostrar a importância da cultura na educação.
Galeria Movimento. Rua dos Oitis, 15, Gávea. Ter. a sex., 11h/19h. Sáb., 13h/18h. Abertura: Sáb., 14h. Grátis. De 3 de junho até 1º de julho.
Museu do Pontal
O espaço inaugura nesta sexta (2) a mostra Centenário Jacques Van de Beuque (1922-2000), com histórias e vídeo com a trajetória do fundador da instituição. Ele chegou ao Brasil em 1946, depois de ter sido preso por estimular a resistência francesa e submetido aos campos de trabalhos forçados na Alemanha. No Rio, tornou-se amigo de muitos artistas populares, acompanhando a trajetória de alguns deles, especialmente o mineiro Antônio de Oliveira e o carioca Adalton Fernandes Lopes. Em 1976, abriu a Casa do Pontal ao público, com apoio de sua esposa, a tradutora e intérprete Edith Barragath. Financiou e desenvolveu o espaço até meados da década de 90, consolidando a Casa do Pontal como uma das maiores e mais representativas exposições de arte popular do Brasil. Na sexta (2) e no sábado (3), o museu recebe o Seminário Arte Popular em Discussão, com debates que pensem sobre o passado, presente e futuro da arte.
Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca. Qui. a dom., 10h/18h (último acesso às exposições às 17h30). Grátis ou contribuição voluntária. Ingressos pelo Sympla.
Scorzelli Megabichos
A exposição do designer e artista plástico Marcos Scorzelli apresenta 15 instalações, algumas inéditas, em chapas de aço expostas ao ar livre nos jardins do museu. A mostra conta com girafas de três metros de altura, uma família de preguiças nas árvores, coelho, elefante e um mandacaru, cacto da flora brasileira. Um polvo gigante estará instalado no espelho d’água. Uma preguiça laranja com cabeça e garras gigantes, no telhado do espaço, dá as boas-vindas ao público.
Museu Chácara do Céu. Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa. Visitação museu: Qua. a seg., 12h/17h. R$ 8,00. Visitação jardins: Diariamente, 9h/12h. Grátis.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui