Parada do Orgulho LGBTI+ volta a Copacabana após 2 anos suspensa
Desfile pela orla contará com dez trios elétricos e alas temáticas trazendo pautas como a preservação da Amazônia e uma homenagem às vítimas da Covid

Após dois anos sem colorir a orla carioca, devido à pandemia da Covid-19, a Parada do Orgulho LGBTI+ retorna à Praia de Copacabana para sua 27ª edição no próximo domingo (27). A concentração será a partir das 11h, no posto 5. Com o lema “Coragem pra ser feliz”, o evento convida os participantes a olharem para um futuro de otimismo, relembrando as conquistas desse grupo nos últimos anos, mesmo em um país reconhecido por ser o que mais mata pessoas LGBTI+ no mundo.
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Realizada pela ONG Grupo Arco-Íris, a Parada Rio 2022 terá dez trios elétricos e alas temáticas trazendo pautas como a preservação da Amazônia e do meio ambiente e uma homenagem às vítimas da Covid-19. O movimento ainda somará força com outros grupos discriminados no país, como pessoas negras, mulheres e povos originários para defender um Brasil mais igualitário para todos.
Uma das novidades será a nova bandeira que representa a comunidade queer, de 124 metros, que ficará estendida da Avenida Atlântica. A bandeira somente com um arco-íris dá lugar a um desenho com as cores e o símbolo que representam as pessoas intersexo (amarelo e roxo), as pessoas trans (branco, rosa e azul) e ainda a luta antirracista (marrom e o preto).

Para o presidente do Grupo Arco-Íris, Cláudio Nascimento, o evento representa o renascimento após um período de dor e perdas em razão da Covid-19 e marcado pelo aumento do discurso de ódio contra a comunidade LGBTI+. “Sabemos que retomar o caminho para o respeito às nossas identidades exigirá coragem para romper com últimos anos de conservadorismo e com a tentativa de fazer o ódio imperar. Somos sempre pelo afeto e pelo diálogo. Porque, no final, o amor venceu e sempre vencerá”, afirma Cláudio.
Todas as reivindicações da comunidade serão reforçadas também na Carta Por Um Brasil sem LGBTIfobia, que será enviada ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com propostas de políticas públicas nas áreas de segurança, saúde, educação, trabalho e renda, cultura, esporte e lazer, turismo, assistência social e direitos humanos.
Além de ter novamente o apoio da Prefeitura do Rio, a Parada será patrocinada este ano pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Durante o evento, uma camisa amarela gigante será carregada com o número 24, acompanhada de uma braçadeira com as cores do arco-íris. Por muito tempo a camisa com o número 24 não foi usada pela seleção brasileira, por ser associado ao veado no Jogo do Bicho, e volta a ser vestida neste ano na Copa pelo jogador Bremer.
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E como um “esquenta” para a Parada do Orgulho, o projeto Vozes da Diversidade, do Grupo Arco-Íris, fará um tributo às cantoras Gal Costa e Jane Di Castro nesta quarta (23), a partir das 19h, no Teatro Municipal Café Pequeno. Com entrada franca, o evento trará grandes canções das artistas entoadas por 14 cantores do estado, como Divino Maravilhoso, Chuva de Prata, Balancê, Festa do Interior, Balada do Louco, Talismã, entre outras.
O espetáculo ainda terá cenografia especial desenvolvida pelas alunas do projeto Escola de Divines. Cada artista, que foi selecionado por meio de um edital da ONG, apresentará duas canções do repertório das homenageadas. São eles: Custódio, Emira Ramos, Havann, Jorruan, Lucas de Castro, Lugh, Maira Garrido, Kibba, Pérola Kênia, Roberta Nistra, Zeza, Taís Feijão, Elza, Nana e Verdec.
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