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Moço neurótico, moça nervosa

O encontro de um professor bipolar e uma viúva problemática em O Lado Bom da Vida, indicado a oito estatuetas no Oscar

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 15h09 - Publicado em 25 jan 2013, 20h27
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    O filme é uma gracinha, diria a já saudosa Hebe Camargo. Dos nove longas-metragens indicados ao Oscar principal, O Lado Bom da Vida pode ser considerado o mais leve. Nesta 85ª edição do prêmio, a fita conseguiu uma façanha: das oito categorias em que concorre, quatro são para os intérpretes — isso ocorreu pela última vez 31 anos atrás, com Reds. Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro e Jacki Weaver disputam, respectivamente, as estatuetas de melhor ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante. David O. Russell (de O Vencedor), por seu turno, está no páreo para melhor diretor e roteiro adaptado. Na produção, seu ótimo trabalho como realizador sobressai ao de adaptador do livro homônimo de Matthew Quick, uma mistura de drama, comédia e romance.

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    Em pré-estreia na cidade, a trama enfoca o professor Pat (Cooper), que sai de um hospital psiquiátrico de Baltimore após uma internação de oito meses. Motivo: o moço teve um surto de violência e foi diagnosticado com transtorno bipolar. A convivência com os pais (De Niro e Jacki) configura-se em desordem. Incomodamente eufórico, Pat não para de falar, de correr, de procurar coisas pelos cantos da casa… Recusa-se a tomar remédios e está inconformado por ter sido obrigado por um juiz a ficar longe da esposa. O encontro casual com Tiffany (Jennifer) vai alterar sua rotina de obsessões. Essa jovem ficou viúva e caiu na boca do povo por fazer muito sexo sem compromisso. Pat quer distância, mas a moça o convence a fazer um trato: ela vai ajudá-lo a se reaproximar da mulher enquanto ele vira seu parceiro num concurso de dança. A primeira metade do filme mostra-se bem mais afiada, pelo registro psicológico de duas pessoas problemáticas sem travas na língua. O roteiro, contudo, abre mão de aprofundar o assunto tirando de campo o drama e o humor negro para entrar na esfera do romantismo. Nada contra a transição de gêneros, sobretudo porque essa mudança cai bem para personagens tão conflituosos. Embora agrade a variadas plateias, O Lado Bom da Vida vai permanecer na memória pela atuação esfuziante de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Se não houvesse tamanha sintonia entre eles, talvez o resultado fosse menos promissor.

    O Lado Bom da Vida, de David O. Russell (Silver Linings Playbook, EUA, 2012, 122min). 14 anos. Pré-estreia: Cinemark Downtown 1, Espaço Itaú de Cinema 5, Estação Botafogo 1, Kinoplex Leblon 2, Kinoplex Tijuca 5, UCI New York City Center 1. Estreia prometida para sexta (1º)

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