O Jovem Frankenstein ganha montagem universitária
Após sucesso com The Book of Mormon, estudantes da UNI-Rio voltam ao palco
Já vai dando frutos o sucesso do musical The Book of Mormon, montado primeiramente na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), em 2013, e depois levado a quatro outros palcos da cidade, atraindo mais de 45 000 pessoas. Tanto é assim que a disciplina do professor Rubens Lima Junior, um especialista nos autores e na estética da Broadway, passou a ser a mais concorrida da faculdade, e seu trabalho de fim de curso, a chamada “prática de montagem”, vem recebendo apoio da reitoria e de fontes externas de recursos (no caso a Fundação Cesgranrio), para cenários e figurinos. Após dez meses de ensaios, seus alunos, muitos deles “ex-mórmons”, estreiam, neste sábado (7), O Jovem Frankenstein: um Exercício Cênico, produção mais parruda que a anterior, tanto em investimento como em número de estudantes envolvidos. E, para evitar qualquer polêmica, desta vez eles estão tomando mais precauções: convocaram advogados que lidam com direitos autorais e trataram, por exemplo, de fixar um cartaz no teatro, em que se lê o artigo legal que lhes permite montar uma peça mesmo sem terem adquirido seus direitos autorais.
A lei que os protege, a de nº 9610, é de 1998, assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seu capítulo IV, prescreve que não constitui ofensa aos direitos autorais “a representação teatral para fins didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo intuito de lucro”. Era o caso de Mormon (sem bilheteria e valendo nota) e é agora o de Frankenstein. Mas há quem discorde dessa interpretação — Diego Ramiro, dono da produtora paulista Kabuki, que comprou em 2012 os direitos do musical, ameaça entrar com uma ação contra o projeto universitário. A peça, baseada em filme de Mel Brooks de 1974, conta a história do médico, neto de um cientista maluco, que vai à Transilvânia e se vê desafiado a criar um monstro.