Novo monólogo de Susana Vieira e mais estreias no teatro

Programação traz ainda Matilde, idealizada Paulo Gustavo para Malu Valle, e Insignificância, com Amanda Acosta e Marcos Veras, entre outros espetáculos

Por Kamille Viola
Atualizado em 25 mar 2025, 14h14 - Publicado em 11 mar 2025, 18h10
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Susana Vieira: atriz faz no Rio a estreia nacional de seu novo monólogo, Lady (Nana Moraes/Divulgação)
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O Bicho Geográfico

Em uma narrativa na qual realidade e ficção se misturam, o artista belga Thierry Trémouroux, que também assina texto e direção do espetáculo, conduz um passeio por jornada no Brasil, incluindo os palcos, paisagens, amores e corredores de hospitais. Nessa autoficção, ele lança um olhar amoroso e bem-humorado sobre o Brasil, onde vive e trabalha há 33 anos, seus costumes, sua arte, sua língua e sua hospitalidade

Espaço Cultural Municipal Sergio Porto. Rua Visconde de Silva, ao lado do número 292, Humaitá. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 15 a 30 de março.

A Coisa

Concebida, dirigida e protagonizada pelos atores André Dale, George Sauma e Leandro Soares, a peça homenageia o próprio fazer teatral a partir de situações absurdas. Dois velhos amigos se encontram numa praça e descobrem que nunca foram donos de suas próprias ações, pois existe algo misterioso que está sempre dizendo o que devem fazer. Em seguida, dois desconhecidos se encontram em um lugar deserto: um parece guardar um segredo, e o outro luta para descobrir o enigma. Por fim, três atores precisam resolver um grave problema que está acometendo um deles: perdeu a máscara facial, está sem expressão, não faz ideia de como vai conseguir atuar à noite na peça na qual trabalha.

Teatro Café Pequeno. Avenida Ataulfo de Paiva, 269, Leblon. Ter. e qua., 20h. R$ 35,00 a R$ 70,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 11 de março a 2 de abril.

As Cores da América Latina

Unindo teatro e dança, o espetáculo faz uma ode às culturas latino-americanas, tendo como fio condutor a história do último Fofão, personagem tradicional do Carnaval de rua maranhense. Sob a direção de Fábio Moura e Talita Menezes, a obra explora a relação entre o sagrado e o profano, com inspiração em três manifestações populares do continente: Fiesta de la Tirana (Chile), Huaconada (Peru) e Cavalo-Marinho (Pernambuco, Brasil).

Sesc Copacabana. Mezanino. Rua Domingos Ferreira, 160. Qui. a dom., 20h30. R$ 8,00 a R$ 30,00. De 13 a 23 de março.

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Insignificância

Um encontro fictício entre Marilyn Monroe, Albert Einstein, o jogador de beisebol Joe DiMaggio (primeiro marido de Marilyn) e o senador Joe McCarthy — vividos por Amanda Acosta, Cassio Scapin, Marcos Veras e Norival Rizzo, respectivamente — é o ponto de partida da montagem brasileira da peça, que faz a primeira temporada no Rio. A trama do inglês Terry Johnson, com direção de Victor Garcia Peralta, que aborda a fama e suas consequências, se passa em Nova York, em 1953, mas tem muita relação com os dias de hoje.

Teatro Adolpho Bloch. Rua do Russel, 804, Glória. Sex. e sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 20,00 a R$ 130,00. Ingressos pelo Ingresso.com. De 14 de março a 6 de abril.

Jacinta: Você Só Morre Quando Dizem Seu Nome Pela Última Vez

A peça da Cia do Pássaro — Voo e Teatro é baseado no caso real de Jacinta Maria de Santana, mulher negra brasileira que, após sua morte, teve o corpo embalsamado e exposto como curiosidade científica por quase trinta anos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, tendo sido, inclusive, usado em trotes estudantis. O espetáculo integra o projeto Trilogia do Resgate, que pretende contribuir para desfazer o apagamento personalidades históricas pretas.

Sesc Copacabana. Sala Multiuso. Rua Domingos Ferreira, 160. Qui. a dom., 19h. R$ 10,00 a R$ 30,00. De 13 de março a 6 de abril.

Lady

Susana Vieira faz no Rio a estreia nacional da comédia inédita de Vana Medeiros, com direção de Leona Cavalli. No monólogo, escrito especialmente para ela, Susana interpreta uma atriz que, prestes a entrar em cena para viver Lady Macbeth, emblemática personagem de Shakespeare, repensa toda a sua vida. Ele acaba revendo o casamento, a relação com filhos, netos e com a própria profissão, em um espetáculo que aborda temas como envelhecimento, sexo, amor, família e etarismo de forma poética e bem-humorada.

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Teatro Casa Grande. Avenida Afrânio de Melo Franco, 290-A, Leblon. Qui. a sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 60,00 a R$ 180,00. Ingressos pelo Eventim. De 13 a 28 de março.

Mão na Barra, Pé no Terreiro, a Vida e a Dança de Mercedes Baptista

O espetáculo homenageia a coreógrafa e bailarina Mercedes Baptista (1921-2014), mulher negra e pioneira da dança contemporânea no Brasil. O musical resgata ritmos como o jongo e a Mana Chica, jogando luz sobre a ancestralidade do povo negro brasileiro. Nascida em Campos, assim como Mercedes, a atriz e bailarina Ivanna Cruz interpreta a personagem. Ela é acompanhada pelas musicistas e atrizes Geiza Carvalho e Regina Café. A peça tem direção artística de Luiz Antônio Rocha e texto de Ivanna Cruz, Luiz Antônio Rocha e Pedro Sá de Moraes.

Teatro Domingos de Oliveira. Planetário da Gávea. Avenida Padre Leonel Franca 240, Gávea. Qui. a dom., 20h. Dom., 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 13 a 23 de março.

Matilde

Idealizada em 2015 por Paulo Gustavo (1978-2021) para Malu Valle, a peça ganha montagem que comemora os 35 anos de carreira da atriz. Na trama, escrita por Julia Spadaccini e dirigida por Gilberto Gawronski, ela é uma mulher de 60 anos, aposentada, que vê sua rotina tranquila em Copacabana ser transformada ao alugar um quarto para Jonas (Ivan Mendes), um ator de 36 anos em busca de sua grande oportunidade. Com humor e sensibilidade, o texto aborda temas como envelhecimento, relações intergeracionais e os desafios da sociedade patriarcal.

CCBB. Teatro I. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qui. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site do CCBB. Até 13 de abril.

Medeia

A adaptação do texto clássico de Eurípedes pela Cia Catártica, sob a direção de Gabriel Ribeiro, aposta em figurinos e cenário minimalistas: a história se passa em uma caixa de areia, remetendo tanto ao tempo estagnado do mito como ao espaço de um parquinho infantil. Na tragédia grega, Medeia mata o próprio irmão e abandona sua família em nome do amor por Jasão. Eles são exilados em Corinto e têm dois filhos. Porém, quando ele resolve trocá-la pela filha do Rei Creonte, ela não tem limites em sua vingança. A protagonista é interpretada por Tuanny Kriss, enquanto Marlon Vares e Gabriel Ribeiro se alternam entre os papéis masculinos.

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Teatro Laura Alvim. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. Ter. e qua., 20h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site da Funarj. De 11 a 23 de março.

Meu Remédio

Com texto e atuação de Mouhamed Harfouch, o espetáculo marca a estreia do ator nos monólogos. Com direção de João Fonseca, o espetáculo parte da experiência pessoal de Harfouch para falar de temas como identidade, pertencimento, ancestralidade e autoaceitação. Unindo drama e comédia, a peça parte da relação do artista com sua herança cultural, a começar pelo seu nome. O espetáculo solo traz à tona questões do universo árabe e revela episódios importantes que fizeram parte de sua jornada.

Teatro Vannucci. Shopping da Gávea Rua Marquês de São Vicente, 52/3° piso. Sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. De 15 de março a 27 de abril.

Músicas que Fiz em Seu Nome

Às vésperas de seu casamento, Leide Milene (Laila Garin)  resolve passar por um procedimento que promete apagar suas memórias dolorosas. Esse é o ponto de partida dessa comédia musical, escrita por Laila Garin e Tauã Delmiro, com colaboração de Viviane Mosé, e dirigida por Gustavo Barchilon. Entremeado por 18 canções brasileiras, que passam pela balada romântica, bolero, sertanejo e bossa nova, entre outros gêneros musicais, o monólogo questiona, de forma bem-humorada, uma sociedade que busca anestesiar o sofrimento. 

Teatro do Copacabana Palace. Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 261. Qui. (11), sex. (12), 19, 21, 25 e 27 de março e 1º e 2 de abril, 19h30. R$ 25,00 a R$ 160,00. Ingressos pelo Sympla.

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Nasci pra ser Dercy

No espetáculo solo, Grace Gianoukas é Vera, atriz que, durante um teste para o papel de Dercy Gonçalves (1907-2008) no cinema, se revolta com o roteiro, repleto de estereótipos. Como sua mãe era grande fã da atriz e vedete, ela conhece bem sua trajetória. Ao interpretar Dercy, ela resolve mostrar ao público quem realmente foi essa mulher à frente de seu tempo. Na trama, escrita e dirigida por Kiko Rieser, Grace “contracena” com a voz de Miguel Falabella.

Sesc Ramos. Rua Teixeira Franco, 38. Sex. (14), 19h. R$ 5,00 a R$ 15,00. Ingressos somente na bilheteria.

Portátil

Celebrando dez anos de sua estreia, Portátil, do Porta dos Fundos, é um espetáculo de improvisação que mostra que a vida de qualquer um rende uma história digna de ser contada no palco. O ponto de partida é uma pergunta feita a uma pessoa aleatória na plateia: “Como foi que os seus pais se conheceram?”. A partir daí, o grupo, formado por Luciana Paes, Gregorio Duvivier, Gustavo Miranda e Andrés Giraldo (que cria a trilha na hora), realiza um espetáculo diferente a cada apresentação. A direção é de Barbara Duvivier.

Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38, Centro. 14 e 15 de março, 20h. R$ 20,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo Ingresso.com.

Procurando Araribóia

Com uma linguagem satírica, o espetáculo do grupo Teatro Meteco, que tem dramaturgia e direção de Matías Palma, resgata a história do controverso personagem histórico, aqui recontada a partir da perspectiva dos habitantes originários da Guanabara, em uma versão diferente da narrativa oficial do colonizador. A trama se passa no Brasil do século XVI e narra a jornada de vida de Araribóia, de indivíduo comum a líder de seu povo, enfrentando decisões difíceis em prol de sua sobrevivência e de suas ambições.

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Teatro Ziembinski. Rua Heitor Beltrão, s/nº, Tijuca. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 14 a 23 de março.

Senhor Diretor

Adaptação do conto homônimo de Lygia Fagundes Telles, assinada por Silvia Monte, que também dirige a montagem, o solo volta ao Rio, após a estreia em 2024. Analu Prestes é Maria Emília, uma sóbria senhora paulista que, no dia de seu aniversário, se escandaliza com as manchetes e capas em uma banca de revistas, e decide escrever ao diretor de um jornal relatando seu horror ao caos da sociedade. Interrompida por diversas vezes pelo que acontece à sua volta, ela se refugia em uma sessão de cinema, onde tem uma grande revelação.

Teatro Poeira. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Ter. e qua., 20h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 11 de março a 23 de abril.

Silêncios Claros

Sob a direção de Fernando Philbert, nesse solo poético-documental Ester Jablonski dá vida a personagens de quatro contos de Clarice Lispector (1920-1977): O Grande Passeio, Uma Tarde Plena, A Fuga e Uma Galinha. São mulheres em diferentes fases da vida, como a idosa sem família que sobrevive do acolhimento recebido aqui e ali, e a mulher casada há doze anos que fantasia com a mudança para uma nova vida cheia de aventuras.

Instituto Cervantes. Instituto Cervantes Rua Visconde de Ouro Preto, 62, Botafogo. Qui. (13), 19h30. Grátis. Cidade das Artes. Avenida das Américas, 5300, Barra. Sáb., 19h. Dom., 17h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. De 15 a 30 de março.

Simplesmente Eu, Clarice Lispector

Em comemoração aos cinquenta anos de carreira de Beth Goulart, o espetáculo, que estreou em 2009, retorna aos palcos depois de dez anos de sua última temporada. A atriz assina a adaptação e a direção do solo, com supervisão de Amir Haddad, que traz diálogo entre Clarice Lispector e quatro de suas personagens, abordando temas como vida, morte, criação, Deus e solidão. A peça foi criada a partir de depoimentos, entrevistas e correspondências de Clarice, além de trechos dos romances Perto do Coração Selvagem e Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres e dos contos Amor e Perdoando Deus.

Teatro Prio. Jockey Club. Avenida Bartolomeu Mitre, 1110-B, Leblon. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 60,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo Sympla. De 14 a 30 de março.

Temperos de Frida

No Dia dos Mortos, Frida Kahlo celebra a data no bar Viva la Vida, ao lado de Catrina, a Dona Morte, que tantas vezes lhe fez visitas ao longo de sua existência. O espetáculo, com texto e atuação de Rosana Reátegui, e direção de Tatiana Motta Lima, compila momentos marcantes da vida de Frida Kahlo e frases emblemáticas da pintora, sendo potnuado por canções tradicionais mexicanas, como La Llorona, La Bruja e Cucurrucucú Paloma, interpretadas ao vivo por Natalia Sarante (voz) e Luciano Camara (violão).

Casa de Cultura Laura Alvim. Sala Rogério Cardoso. Qua. e qui., 19h. R$ 22,50 a R$ 45,00. Ingressos pelo site da Funarj. De 12 a 27 de março.

Toda Donzela Tem Um Pai Que É Uma Fera

A comédia escrita por Gláucio Gill (1932-1965) estreia no teatro que leva o nome do dramaturgo, que acaba de reabrir. Nesta comédia, com direção de Débora Lamm, um coronel (Bruce Gomlevsky) decide defender a honra da filha (Carolina Pismel), depois que a moça vai morar com o namorado (Lucas Sampaio). Por causa de um mal-entendido, o pai quer forçar a moça a se casar com o amigo mulherengo do namorado dela (Danilo Maia). Aumentando a confusão, a vizinha dos rapazes (Leticia Isnard) entra na história.

Teatro Armando Gonzaga. Avenida General Osvaldo Cordeiro de Farias, 511, Marechal Hermes. 

O Veneno do Teatro

O espetáculo do Rodolf Sirera ganha direção de Eduardo Figueiredo na montagem brasileira. Na trama, o excêntrico Marquês (Osmar Prado) convida o ator Gabriel de Beaumont (Maurício Machado) para dividir a cena com ele em uma peça teatral de sua autoria, inspirada na morte de Sócrates. Ao longo da peça, Marquês revela-se não só um aristocrata egocêntrico, mas um psicopata. Escrita na década de 70, após a ditadura de Franco, no início do processo democrático na Espanha, a peça originalmente se passa na França em 1784, pré-revolução francesa. Nessa versão, ela é atemporal, mas inspirada na Paris dos anos 20.

Teatro Carlos Gomes. Praça Tiradentes, s/nº, Centro. Sex., 19h. Dom., 18h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 14 de março a 6 de abril.

Vinte!

Partindo de uma crítica à peça Tudo Preto (1926), da Companhia Negra de Revistas (grupo que reuniu nomes como Pixinguinha e De Chocolat), o espetáculo revisita ficcionalmente os movimentos artísticos negros dos anos 20 no Brasil, em diálogo com a cidade do Rio, as artes e suas camadas de tempo. Com texto de Tainah Longras e direção de Mauricio Lima, a obra combina teatro, dança e música para reconstruir essa narrativa, lançando um olhar negro contemporâneo sobre a história.

CCBB. Teatro III. Rua Primeiro de Março, 66/2º andar. Qua. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site do CCBB. Até 6 de abril.

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