Mostra de cinema faz homenagem a Nelson Mandela
Instituto Moreira Salles exibe dezesseis filmes de diversos países na mostra África Hoje
A partir desta terça (4), o Instituto Moreira Salles promove a mostra África Hoje. Este ano, o evento, que acontece até o dia 12 de novembro, faz uma homenagem a Nelson Mandela. Com curadoria da cineasta Luciana Hees, o evento exibirá dezesseis filmes, entre longas e médias metragens – a maioria inédita no circuito comercial.
Os filmes selecionados apontam diversos registros da vida de Mandela e ainda oferecem um panorama da produção africana contemporânea de documentários realizados por cineastas de diversos países, como França, Madagascar, Portugal, Moçambique, Angola, Congo, Suíça, Burkina Faso, Tunísia e Estados Unidos.
O Instituto Moreira Salles fica na Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea. As sessões acontecem de terça a domingo, com ingressos a R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia). Mais informações pelo telefone 3284-7400 ou no site www.mostraafricahoje.blogspot.com.br.
Confira abaixo a programação completa:
Dia 4/11 – Terça-feira
20h – Vou Cantar para Ti (76’)
País: França, Mali/ Ano: 2001
Uma sensível abordagem do músico Kar-Kar, original do Mali, cujo trabalho ajuda a explicar as origens do blues americano.
Dia 5/11 – Quarta-feira
20h – Kadafi, Nosso Melhor Inimigo (95’)
País: França/ Ano: 2011
Kadafi, líder da Líbia, foi considerado o principal inimigo do Ocidente durante a década de 1980 e um dos principais responsáveis pelo terrorismo. Mais tarde, Kadafi se junta a chefes de Estado e líderes europeus e norte-americanos. O filme lança um olhar sobre quarenta anos dessas relações e é o resultado de um ano de pesquisa e filmagens nos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Espanha.
Dia 6/11 – Quinta-feira
20h – Luanda, a fábrica da música (56’)
País: Angola / Portugal/ Ano: 2009
No meio de um musseque de Luanda, o DJ Buda é dono de um estúdio de gravação. Os jovens aspirantes a cantores têm aqui a oportunidade de se expressarem: ao som das batidas de Buda, os jovens gritam as suas preocupações, amores e experiências diante de um velho microfone. No fim, dançam loucamente, riem e ouvem o seu próprio trabalho com os outros habitantes do bairro. É impossível não dançar com esta nova geração.
21h – Eu fabrico meu balafon (52’)
País: Burkina Faso/ Ano: 2007
O balafon é uma espécie de xilofone, um instrumento percussivo presente em vários países da África. O filme mostra a fabricação do instrumento por um mestreburkinabé, que também o sacraliza, conferindo-lhe poderes místicos que podem até curar.
+ Confira todos os filmes em cartaz na cidade
Dia 7/11 – Sexta-feira
18h – Foi Melhor Amanhã (70’)
País: Tunísia/ Ano: 2012
A jornada atípica de Aida, uma mulher tunisiana, no burburinho intenso da revolução do seu país. Seu único objetivo é encontrar uma saída para a sua própria situação: a falta de um teto. Desloca-se de um bairro para outro, sem tomar conhecimento dos eventos que acontecem ao seu redor.
20h – Jeppe numa Sexta (87’)
País: Canadá e África do Sul/ Ano: 2012
Num único dia, a vida de cinco pessoas na área de Jeppestown é acompanhada pelas duas diretoras e uma equipe de cinco cineastas sul-africanos. Por intermédio das ambições, desejos e formas de viver ao longo de uma sexta-feira, o filme revela a diversidade étnica e socioeconômica que pode ser encontrada na capital da África do Sul.
Dia 8/11 – Sábado
16h – Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação (120’)
País: África do Sul/Ano: 1996
Esta é uma biografia completa de Nelson Mandela. O filme aborda a infância, a família e a educação deste líder. Acompanha também a sua longa negociação pela liberdade para os vários grupos étnicos da África do Sul, incluindo as suas experiências na prisão de Robben Island.
18h – Debate
19h30 – Amílcar Cabral (60’)
País: Portugal/Moçambique/Ano: 2001
Amílcar Cabral nasceu na Guiné-Bissau em 1924 e foi assassinado em Conacri, capital da Guiné, em 1973. Foi líder do Movimento de Libertação da Guiné e do Cabo Verde e fundador do PAIGC (Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde). Este filme mostra Amílcar Cabral como homem, pai, político, humanista e poeta.
Dia 9/11 – Domingo
16h – Soweto em Surf (74’)
Ano: 2009/2010
Em 1976, jovens do distrito de Soweto — área residencial destinada aos negros durante o apartheid, estavam lutando pela sua liberdade. Agora, no pós-apartheid, o que fazem esses jovens com a sua liberdade? Esta é a pergunta colocada constantemente neste documentário.
18h – Rumba do Rio (81’)
País: República Democrática do Congo/ Ano: 2006
Viajando no majestoso rio Congo, o jovem órfão Antoine Kolosoy compôs suas primeiras músicas. Ao ganhar fama, “Wendo”, como era conhecido, foi perseguido pela igreja e sua música proibida pelas autoridades coloniais belgas. Tornou-se boxeador profissional, mas nunca largou a guitarra. Na década de 1960, suas canções expressaram a esperança de uma nação recém-independente. A ditadura subsequente reduziu-o a um mendigo, mas, em 1997, sob um novo regime, Wendo retorna à sua música.
20h – Ady Gasy (82’)
País: França / Madagascar/ Ano: 2014
Para consertar um objeto, para cultivar a terra ou para confeccionar sapatos — as pessoas em Madagascar podem fazer muito, com quase nada… Este filme é um retrato sobre a reciclagem, a solidariedade, a liberdade e a poesia. A maneira malgaxe de vida é, acima de tudo, um sentimento de reciclagem criativa. Estas são as chaves para o estilo ady gasy!
Dia 11/11 – Terça-feira
18h – Prisioneiros da Esperança (60’)
País: África do Sul/Ano: 1995
O retorno de 1250 prisioneiros políticos à prisão de Robben Island, na África do Sul, na companhia do Presidente Nelson Mandela, em 1995. O filme documenta um momento sem precedentes da reunião deste grupo de prisioneiros nos seus antigos locais de encarceramento.
20h – Contagem Regressiva (90’)
País: EUA e África do Sul/ Ano: 1994
Cobertura dos últimos fatos antes das primeiras eleições livres para presidente, após o fim do apartheid, em Johanesburgo. O diretor acompanha os movimentos no governo e também os movimentos nas ruas até o dia em que Nelson Mandela foi eleito.
Dia 12/11 – Quarta-feira
18h – Capitão Thomas Sankara (90’)
País: Suíça/ Ano: 2012
Um retrato composto de arquivos de Thomas Sankara, presidente de Burkina Faso, de 1983 até seu assassinato, em 1987. Pronto para libertar seu país e transformar a mentalidade de seus concidadãos, contestando a ordem política do mundo e desafiando os poderes de seu tempo, Sankara se destaca como personagem político na África.
20h – Cameroun Autopsie of Independence (52’)
País: França/ Ano: 2007
Enquanto a mídia seguia as guerras da Argélia e do Vietnã, entre 1955 e 1970, uma guerra pouco conhecida acontecia em Camarões, tentando garantir a independência daquele país da França. A guerra custou a vida de grande parte da população camaronesa e fez centenas de milhares de vítimas civis. Esta é a história da descolonização dos Camarões.
21h – Fahrenheit 2010 (52’)
País: África do Sul/ Ano: 2009
Numa investigação intransigente Craig Tunner pergunta o que a Copa do Mundo realmente significou para os sul-africanos. O espaço publicitário foi vendido para Visa, Budweiser, Telkom e muitos outros… “Sozinha, a Fifa espera fazer $25 bilhões dos direitos televisivos”. Promessas foram feitas de que a população teria inúmeros benefícios. O filme revela os bastidores da Copa do Mundo.