Monólogo de Ana Beatriz Nogueira e outras estreias nos teatros do Rio
Roteiro traz adaptações literárias, comédias musicais e solos, passando por apresentações gratuitas e com preços populares
Um Dia a Menos
Estrelado por Ana Beatriz Nogueira, o espetáculo transporta para o palco o conto homônimo de Clarice Lispector. O solo de sucesso, adaptado e dirigido por Leonardo Netto, faz nova temporada no Teatro das Artes. A trama apresenta Margarida, uma mulher solitária que acabou construindo muros altos ao seu redor ao longo do tempo em vez de pontes. Uma mulher que vive só desde que sua mãe morreu, na mesma casa onde nasceu e cresceu, e encara a árdua tarefa de atravessar mais um dia inteiro sozinha. Até um dia sofrer uma catarse inesperada.
Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente 52, 2º piso, Gávea. Qua., R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia). Ingressos pelo Divertix.
O Tartufo
Por meio da comédia, o espetáculo traz reflexões e críticas sobre temas como fundamentalismo religioso, o afeto nas relações familiares e a ascensão violenta ao poder. Dirigida por Bruce Gomlevsky, a peça adapta o texto do autor francês Molière, obra-prima da comédia francesa. Em cena, o personagem Tartufo é um hipócrita convincente que usa sua falsa fé para conquistar e controlar uma ingênua família. A versão do texto é uma tradução de Guilherme Figueiredo, que traz os versos rimados da versão francesa para a língua portuguesa. A montagem traz integrantes do “Coletivo Descalços” no elenco.
Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF). Av. Rio Branco, 241, Centro. Sex., sáb. e dom., 19h. R$ 50,00 (inteira), R$25,00 (meia). Ingressos pelo Sympla. 17/11 a 10/12.
Atlântida – Uma comédia musical
Encenada pela primeira vez há mais de 20 anos, a peça de Ana Velloso e Vera Novello ganha montagem inédita e um novo título. A peça resgata momentos antológicos dos filmes da Atlântida Cinematográfica, companhia de cinema fundada em 1941, revisitando seus icônicos números musicais. O roteiro ressalta a grandeza e variedade das trilhas dos filmes, com o samba e a marcha brilhado ao lado de sambas-canções, xotes, boleros, rumbas, serestas, entre outros ritmos. São resgatados sucessos na época como “Marcha do Gago” (Clécios Caldas e Armando Cavalcanti), “No Tabuleiro da Baiana” (Ari Barroso), “Alguém Como Tu” (José Maria de Abreu e Jair Amorim), “Beijinho Doce” (Nhô Pai) e “Vai com Jeito” (João de Barro), além de trechos e imagens inéditas dos artistas e bastidores.
Teatro Dulcina. Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro. Sex. e sáb., 19h; dom., 18h. Extras: 2, 9 e 16/12, 16h30. 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia). De 19/11 a 16/12.
Gente de Bem
Apresentada pela Comparsaria Teatral, a peça é norteada pelo livro “Necrochorume e outros contos”, de João Ximenes Braga, um dos mais importantes escritores da televisão brasileira. A obra reúne seis histórias curtas que retratam personagens e situações típicas da classe média branca brasileira. Crônicas de nossa época, com apontamentos sobre absurdos registrados pelo autor no dia a dia, seja observando situações, diálogos, atitudes, o preconceito, os atavismos, o racismo, a homofobia e o conservadorismo em si da sociedade. Dirigida por Adriana Maia, a peça parte da performance de um ator-narrador.
Centro Cultural Banco do Brasil, Teatro III. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Sex., sáb. e seg., 19h; dom., 18h. Ingressos pelo site. De 17/11 a 18/12.
Ninguém Sabe Meu Nome
Uma mãe preta encara o desafio de orientar e educar seu filho pequeno, numa sociedade permeada pelo racismo: este é o ponto de partida da peça, que tem idealização e interpretação de Ana Carbatti, texto de Mônica Santana e Ana Carbatti, além da direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti. Em cartaz na Cidade das Artes, o monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparação. Tudo começa quando a protafonista acorda de um pesadelo sobre o desaparecimento do menino e, a partir daí, começa a questionar sua própria existência e sua função na sociedade como mulher e mãe.
Av. das Américas, 5300, Barra da Tijuca. 18, 19 e 20/11, 19h. R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Ingressos pelo link
Julius Caesar – Vidas Paralelas
De volta à cidade após duas temporadas de sucesso no início do ano, o espetáculo faz apenas quatro apresentações no Teatro Firjan SESI Centro. Indicada em três categorias (dramaturgia, elenco e melhor espetáculo) ao Prêmio FITA – Festival Internacional de Teatro de Angra, a peça celebra os 35 anos de trajetória da Cia. dos Atores. A trama retrata os ensaios de uma companhia teatral que pretende apresentar a tragédia “Júlio César”, de William Shakespeare, para abordar as intrincadas relações de poder que perpassam a trama original.
Rua Graça Aranha, 1, Centro. Qui. e sex., 19h; sáb. e dom., 18h. R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia). Ingressos pelo Sympla. De 16 a 19/11.
Feio
Com direção de Helena Marques e dramaturgia de Cecilia Ripoll, o quarto espetáculo da Dobra traz à cena a história de um casal que é surpreendido por uma descoberta extraordinária, revelada nas imagens de um exame. Inicialmente inspirada na fábula “O Patinho Feio”, a peça expande as questões do conto para o nosso contexto atual, refletindo sobre os limites entre humanidade e tecnologia, num jogo tragicômico que traça relações entre filtros de embelezamento, emojis e reações fisiológicas do corpo humano.
Teatro Cacilda Becker. Rua do Catete, 338, Catete. Qui. e sex., 19h30; sáb., 17h30 e 19h30; dom., 16h e 18h. R$10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Ingressos pelo Sympla. De 16/11 a 3/12.
Praticantes do amor cujo nome não se ousava dizer
“Como as figuras socialmente marginalizadas encontram seus espaços de existência? Como as fronteiras de gênero e sexualidade se relacionam com os espaços urbanos? Como as fragilidades, subitamente, podem se tornar potências?”. As questões motivaram a concepção do espetáculo, com roteiro e direção de Natássia Vello, que busca destruir simbolicamente as estruturas de poder, criando um espaço de existência atravessado por dores, medos, amores e desejos de três corpos desviantes. Personagens que ganham vida por meio dos atores-acrobatas Camila Krishna, Carol Costa e Rafael Garrido.
Sesc Copacabana. Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana. Qui. a dom., 20h. 9/12, 17h e 20h. R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia) e R$ 7,50 (associado do Sesc). Ingressos na bilheteria. De 17/11 a 10/12.
Movimento de escuta
A superação e a gana de lutar contra as adversidades da vida são características comuns a cinco jovens de diferentes regiões do Rio de Janeiro, integrantes da Cia de Dança SOM. Além da vocação artística, eles têm em comum o fato de serem surdos. Sob a direção de Clara Kutner, os bailarinos apresentam este espetáculo que, para além da dança, traz referências às artes visuais e à poesia, com momentos falados por meio da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Os cinco assinam também o roteiro do espetáculo, colocando ali um pouco de suas histórias de vida. O espetáculo passa pelo funk e o passinho, dois estilos de dança fortemente presentes nas periferias do Rio, com coreografias assinadas por Celly IDD.
Espaço Municipal Sérgio Porto, Sala Multiuso. Rua Humaitá, 163. Sessões duplas, 16h e 18h. Grátis. De 17 a 26/11.
Uma Noite na Broadway
A comédia musical, com direção de Fernanda Chamma, conta a história de dois atores brasileiros em busca de fama na Broadway. A dupla é vivida no palco por Fabi Bang e Rodrigo Negrini. Escrito por Marília Toledo e Emílio Boechat, o espetáculo passa pelas situações que esses personagens se colocam na busca pela fama, com altos e baixos costurados por músicas de grandes clássicos que marcaram os palcos mundiais. O cenário criado pela Interface Filmes, de Luciana Ferraz e Otavio Juliano, convida o público a uma viagem lúdica por espaços de Nova York e na Times Square.
Teatro Claro MAIS. Rua Siqueira Campos, 143, Copacabana. Sex (17), 21h; sáb (18), 17h e 20h; dom (19), 17h. Entre R$ 25,00 (meia, balcão) e R$ 180,00 (inteira, plateia premium). Ingressos pela plataforma Uhuu
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