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Maxwell Alexandre abre galeria na Rocinha com obra apresentada em Paris

Artista inaugura neste sábado (29) na favela o pavilhão que leva seu nome, com entrada gratuita e trabalhos da série Entrega: One Planet. One Health

Por Kamille Viola
28 jul 2023, 13h58
Pintura em óleo sobre tela que traz meninos negros de cabelos curtos e descoloridos com o uniforme das escolas municipais cariocas, usando mochilas vermelhas dos carregadores do ifood e brincando com o personagem Dino, do Danoninho, um dinossauro verde.
Maxwell Alexandre: obras da série Entrega estarão em cartaz no pavilhão na Rocinha (Cahiers d'Art/Reprodução)
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Depois da bem-sucedida experiência do Pavilhão Maxwell Alexandre em São Cristóvão, na Zona Norte, onde ficou uma temporada, o artista abre neste sábado (29) a galeria na Rocinha, favela na Zona Sul onde cresceu. A entrada é gratuita.

Em cartaz, a mostra Entrega: One Planet. One Health. Atualmente, obras da mesma série estão em exibição na primeira individual do artista em Paris. Ela é um desdobramento da série Reprovados, de 2017, e traz imagens como um grupo de estudantes de escola pública, todos negros, com mochilas de entregador de aplicativo interagindo com o personagem Dino, mascote do iogurte Danoninho, ou um grupo de homens da operação Segurança Presente, todas ambientadas no Aterro do Flamengo.

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Como sempre, Maxwell Alexandre faz uma crítica à realidade do povo negro no Brasil (como o pouco acesso a bens de consumo e a violência policial), mas também exalta sua estética (em detalhes como os cabelos descoloridos, no estilo “nevou”) e imagina futuros. Diferentemente de seus trabalhos anteriores, que em geral são pinturas em grande escala sobre papel pardo, em Entrega ele apresenta obras em óleo sobre tela.

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Um dos principais nomes da nova geração das artes visuais brasileiras, Maxwell é referência por trazer em sua obra a situação da população negra, até recentemente bastante apagada ou objetificada na produção artística hegemônica do país, dominada por artistas brancos.

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Além disso, o artista traz a tensão racial para as discussões no cenário da arte no Brasil, como aconteceu no ano passado, quando pediu a retirada de uma obra sua da exposição temporária Quilombo: Vida, Problemas e Aspirações do Negro, em Inhotim, por discordar da linha curatorial, e apontou a ausência de pavilhões dedicados a artistas negros no museu (como acontece com alguns nomes brancos).

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Pavilhão Maxwell Alexandre. Via Apia, 9, Rocinha. Sáb. (29), 14h/20h. Grátis.

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