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Leia crítica da nova peça de Deborah Colker antes da estreia

Cão Sem Plumas chega aos palcos do Rio no final de julho

Por Renata Magalhães
Atualizado em 10 jun 2017, 09h06 - Publicado em 10 jun 2017, 09h05

Sempre cáustico, Millôr Fernandes (1923-2012) rebatia a máxima “uma imagem vale mais do que mil palavras” com a seguinte proposta: “diga isso com uma imagem”. Deborah Colker topou desafio parecido ao verter as 51 estrofes de O Cão sem Plumas, poema de João Cabral de Melo Neto (1920–1999), para as cenas de Cão sem Plumas, seu mais novo espetáculo. No original, o poeta pernambucano é pródigo na sugestão de imagens de personagens, cenários e mazelas flagrados às margens do Rio Capibaribe, inspiração maior para sua obra. Lirismo e crítica social misturam-se na apresentação com pouco mais de uma hora, em que treze bailarinos dividem o palco com a projeção de cenas filmadas por Cláudio Assis e protagonizadas por eles mesmos, ao longo de uma temporada de 24 dias em cidades ribeirinhas de Pernambuco. A interação entre cinema e dança é resultado do desejo da coreógrafa de investir em novas linguagens. Nos movimentos da trupe, notam-se ainda elementos da dança de rua. Corpos fortes e flexíveis, cobertos de lama, transformam-se em caranguejos e garças — os primeiros, representando cidadãos oprimidos (o “homem-caran­guejo” é um conceito difundido, abordado tanto pelo geógrafo Josué de Castro quanto pelo cantor Chico Science (1966-1997), do grupo de manguebeat Nação Zumbi). Em outro plano, três bailarinas em perfeita sincronia retratam a elite endinheirada, sem perder a pose. Na cenografia simples de Gringo Cardia, estruturas de madeira transformam-se em barcos e favelas ou palanques que elevam a trupe em um momento particularmente impactante para a plateia. A sublinhar as imagens (não que fosse preciso), trechos do poema são declamados em off. Cão sem Plumas chega ao Rio em 27 de julho e faz temporada no Theatro Municipal.

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