Nova exposição de Luiz Zerbini e mais mostras gratuitas em cartaz no Rio
A semana conta ainda com as aberturas das mostras Dicotomia, do fotógrafo Sergio Zalis, e Outros Carnavais, do artista baiano Alberto Pitta, entre outras
Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda, Nem Profissional, Nem Sênior
A mostra dos Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr questiona as contradições do universo das artes. Em oito performances ao longo dos dois meses de exposição, eles interpretam os seguranças que trabalham no centro cultural. Com curadoria de Carolina Rodrigues, a exibição conta com dois espaços. Em um deles, há uma sala de descanso, aos moldes das salinhas onde os seguranças tiram aquele cochilo entre uma ronda e outra. No outro, fotografias e croquis das performances dos artistas em desenhos emoldurados, feitos pela própria dupla, acompanhados dos objetos que fazem parte das interações, como elementos performáticos.
Casa França Brasil. Rua Visconde de Itaboraí, 72, Centro. Ter. a dom., 10h/17h. Grátis. De 22 de junho a 4 de agosto.
Desde Sempre
Com curadoria de Paula Boechat, a mostra apresenta cerca de vinte obras de quatro pintores cariocas que têm em comum o abstracionismo e o uso de cores fortes. A coletiva apresenta trabalhos de dois artistas já consagrados, Bob N e Gustavo Matos, e de dois novos nomes da cena das artes visuais, Patrícia Porto e Sofia Rocha.
Galeria Pop Up. Espaço Cultural Itanhangá. Estrada da Barra da Tijuca, 1636. Ter. a sex, 15h/18h. Sáb., 10h/15h. Grátis. Até 11 de julho.
Dicotomia
Com uma longa carreira no jornalismo, o fotógrafo Sergio Zalis mostra uma outra faceta na exposição, em que retrata dois parques: o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (onde fica o Instituto Antônio Carlos Jobim) e o Scheveningse Bosjess, em Haia, na Holanda, ambos espaços públicos arborizadas criados no século XIX, mas com fauna e flora distintas, características de climas bem diferentes. Há mais de 30 anos, ele se divide entre as duas cidades. A mostra, com curadoria de Christiane Laclau, apresenta 18 imagens ampliadas em grandes formatos e vídeos sobre o processo de criação das obras. Nos trabalhos, ele utiliza a técnica focus stacking, em que captura uma série de imagens em diferentes distâncias de foco, as une digitalmente e tem como resultado todos os elementos em foco nítido.
Instituto Antônio Carlos Jobim. Rua Jardim Botânico, 1008. De qui. a ter., 9h/17h. Grátis. De 20 de junho a 5 de julho.
Expo Diversos
Com curadoria de Bianca Bernardo e Vera Nunes, a exposição reúne 23 obras de 14 artistas de diferentes gerações, trajetórias e territórios, com o objetivo de exaltar a diversidade e combater discriminações, abordando temas como raça, etnia, crenças, idade, gênero e deficiência. São trabalhos utilizam diversas técnicas e suportes, como pinturas, fotografias, esculturas, bordados e instalações. Entre os participantes da mostra, estão Novíssimo Edgar, Rafa Bqueer, Rose Afefé, Andréa Hygino e Auá Mendes.
Casa França Brasil. Rua Visconde de Itaboraí, 72, Centro. Ter. a dom., 10h/17h. Grátis. De 22 de junho a 4 de agosto.
Galeria de Arte Ibeu
O espaço acaba de inaugurar duas exposições sob a curadoria de Jozias Benedicto. Em Somente o Acaso Tem Voz, o artista paulista Henrique de França apresenta seis pinturas em óleo sobre tela e três desenhos em lápis sobre papel nos quais o acaso desempenha um papel importante no processo de construção das obras. Os trabalhos são criados a partir de fotografias antigas de álbuns de família, que são recombinadas em novas imagens e narrativas. Já Primeiras Visões das Coisas, da paranaense radicada no Rio de Janeiro Renata Nassur, conta com seis séries de desenhos e pinturas, além de um vídeo produzido durante o isolamento pela pandemia da Covid-19, que tratam de temas como realidade e representação, tempo e efemeridade das coisas, memória e apagamento.
Galeria de Arte Ibeu. Rua Maria Angélica, 168, Jardim Botânico. Seg. a qui, 13h/19h. Sex., 12h/18h. Grátis. Até 5 de julho.
Luiz Zerbini — Paisagens Ruminadas
A retrospectiva traça um panorama da atuação do multifacetado artista, nome emblemático da Geração 80, nas últimas décadas. O título vem de uma reflexão de Zerbini sobre seu processo: para ele, “viver é ruminar paisagens”. Ele define sua criação como jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados de forma involuntária. Sob a curadoria de Clarissa Diniz, a mostra apresenta 140 obras em que o artista utiliza diversos materiais e suportes (pintura, instalação e vídeos) , abordando temas urgentes como sustentabilidade e ancestralidade. Alguns trabalhos nunca foram mostrados, como Gavião, de 1976, a mais antiga, do qual nem Zerbini lembrava, apesar de ser uma obra emblemática de sua trajetória.
CCBB. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qua. a seg., 9h/20h. De 19 de junho a 2 de setembro.
Manman Dilo — Uma Herança Comum Brasileira-Guianense
A mostra dos artistas T2i, guianense, e NouN, francesa, que homenageia a “mãe das águas”, também conhecida por diversos nomes, como Touna Akʉlʉ, Wata Mama, Iemanjá e Manman Dilo, nome dela em crioulo guianense. Nesta colaboração, o ponto de partida dos artistas foi o nome “Guiana”, que, nas línguas Arawak e Wayana, significa “Terra das Mil Águas” ou “Terra de Água Abundante”. A exposição reúne quarenta obras, que tratam sobre passado, presente e futuro. Nesta quinta (20), às 18h30, e sábado (22), às 10h, acontecem visitas comentadas com a participação dos artistas.
Galeria da Aliança Francesa. Rua Muniz Barreto, 730, Botafogo. Seg. a sex., 11h/20h. Sáb., 9h/12h. Grátis.
Metamorfose
Prestes a completar 80 anos, Rhyshy Soriani realiza sua primeira mostra individual. São 45 obras que variam entre o abstrato e o figurativo, nas quais a artista usa uma ampla gama de materiais, como tintas, colas, cerâmicas plásticos, vidros, couro, madeiras e metais. Nos trabalhos, ela busca refletir sobre sua conexão com a espiritualidade e experiências pessoais, sobretudo ligadas à saúde e ao cuidado das emoções. A artista defende o poder criativo do ser humano como instrumento de transformação pessoal e social.
Centro Cultural Memorial Getúlio Vargas. Abertura: Sáb. (22), 14h/17h. Visitação: Qua. a dom., 10h/17h. Grátis. De 23 de junho a 4 de agosto.
Outros Carnavais
A exposição reúne trabalhos do artista baiano Alberto Pitta, que, com suas serigrafias, revolucionou as fantasias do Carnaval da Bahia. Com curadoria de Vik Muniz, seu amigo há 24 anos, a mostra faz um apanhado histórico de sua produção, ao longo de mais de quarenta anos, junto a vários blocos afro — como o Olodum, do qual foi diretor artístico de 1984 a 1997 —, com tecidos, matrizes antigas e esboços, além de uma parte documental, com cadernos e livros de que participou. A exibição apresenta ainda trabalhos recentes e inéditos, como pinturas em serigrafia e tinta sobre tela, com predominância de tons de branco, que remetem aos bordados em ponto Richelieu que a mãe do artista fazia. Na abertura, nesta quinta (20), acontece uma conversa com Alberto Pitta e Vik Muniz, às 19h.
Nara Roesler. Rua Redentor, 241, Ipanema. Abertura: Qui. (20), 18h. Visitação: Seg. a sex., 10h/19h. Sáb., 11h/15h. Grátis. De 21 de junho a 10 de agosto.
Pontos de Afeto
A mostra reúne mapas afetivos: representações visuais que destacam as emoções, memórias e experiências pessoais de cada indivíduo em relação a um determinado local. Os trabalhos foram concebidos por um grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade social residentes no Morro da Providência, durante dois meses, sob a orientação da artista e educadora Gabriele Valente. O resultado exibe não só a geografia do lugar, mas também reflete as histórias, relações e experiências dessas mulheres que ali vivem.
Fábrica Bhering. Rua Orestes, 28, 4° andar, Santo Cristo. Seg. a sex., 12h/18h. Sáb., 10h/19h. Grátis. Até 29 de junho.
Só a Arte Toca as Intocáveis Verdades
A coletiva, com curadoria de Mario Camargo, reúne trabalhos de seis nomes: Katia Politizer, Laura Burnier, Marcelo Palmar Rezende, Mário Camargo, Rogério Miranda e Sandra Felzen. São trinta obras, entre pinturas, esculturas e uma instalação, de artistas com diferentes pesquisas, técnicas e estilos, que, em comum, possuem o transbordamento de emoções guardadas.
Espaço Cultural Sérgio Porto. Rua Visconde de Silva (ao lado do prédio 292), Humaitá. Abertura: Qui. (20), 17h/21h. Visitação: de quarta a domingo das 16h/21h. Grátis. De 21 de junho a 21 de julho.
Topografias Íntimas
A mostra de Bryan Ochotorena apresenta cerca de 20 obras, criadas a partir da influência dos sete anos em que o artista viveu isolado em um Ashram na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, entre 2014 e 2021, e pelas peregrinações que fez por diversos lugares sagrados pelo mundo. São esculturas feitas manualmente, a partir da sobreposição de camadas de madeira, e pinturas a óleo e tinta acrílica. Os trabalhos exploram a conexão com a natureza, a espiritualidade, o autoconhecimento e a observação de ciclos, entre outros temas.
Duna Laboratório Cultural. Rua Jardim Botânico, 468. Seg. a sex., 12h/20h. Sáb., 10h/17h. Grátis. De 21 de junho a 6 de julho.
Tudo Que Tive Que Engolir Nessa Vida
Sob a curadoria de Adriana Nakamuta, a mostra de Pedro Varela reúne um conjunto de seis trabalhos realizados nos últimos três anos. Unindo desenho, colagem e pintura, os trabalhos têm referências que vão da história da arte aos memes, refletindo a experiência do artista em um mundo dominado pelo digital e uma avalanche de informações. O artista agrupa fragmentos dos mais diversos temas, em espécies de “hiperlinks analógicos”, em obras com humor e crítica.
Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Capelinha. Rua Jardim Botânico, 414. Qui. a ter., 10h/17h. Grátis. Até 11 de agosto.