A Cena (Não) Muda
Escrito por Pedro Henrique Lopes e dirigido por Diego Morais, o espetáculo é inspirado no antológico show A Cena Muda, apresentado por Maria Bethânia em 1974. Com músicas de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, a artista implicitamente falava sobre temas como a falta de liberdade de expressão, a censura, a desvalorização da mulher e a truculência da ditadura. O show teatral documental mostra o que não mudou no Brasil nesses cinquenta anos, traçando um paralelo, por exemplo, entre o desaparecimento de Ieda Santos Delgado, mulher negra, durante o período da repressão, e as vidas negras ceifadas pelo estado nos dias de hoje.
Teatro Dulcina. Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro. Qua. e qui., 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla.
A Descoberta das Américas
O espetáculo é um dos que marcam a reabertura do Teatro Ziembinski, fechado desde 2020. Escrita por Dario Fo, a peça, que mistura humor e crítica histórica, foi traduzida e adaptada por Alessandra Vanucci, que também assina a direção, e Julio Adrião, que atua no monólogo. A história acompanha Johan Padan, homem esperto e carismático que, para fugir da inquisição, embarca em uma das caravelas de Colombo. Durante sua jornada, aprende a língua dos nativos e, por sorte, começa a realizar “milagres”, sendo venerado como filho do sol e da lua. Ele, então, se torna um guia dos nativos em uma batalha de libertação contra os invasores espanhóis.
Teatro Ziembinski. Rua Urbano Duarte, Tijuca. Sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 17 de agosto a 1º de setembro.
A Guerra dos Bichos
Comemorando seus dez anos, o Cabaré Incoerente, grupo de pesquisa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), estreia o espetáculo, que mistura teatro, música, dança e performance. São vinte e dois atores em cena, acompanhados de uma banda de seis músicos. Sob a direção de Christina Streva, coordenadora do projeto, e com dramaturgia de Leonardo Medeiros, a peça fala sobre o jogo do bicho, mostrando as disputas de poder entre duas famílias tradicionais de bicheiros no Rio, com diversas situações que marcaram o noticiário da cidade.
UniRio. Sala Glauce Rocha. Avenida Pasteur, 296, Botafogo. Qui. (15) a sáb. (17), 20h. Grátis. Distribuição de senhas uma hora antes.
A.M.I.G.A.S.
A peça gira em torno da amizade de três jovens, Aline, Dil e Dadá, seus encontros e desencontros amorosos, suas expectativas nas relações, suas frustrações e seus desejos. Sua cumplicidade e parceria são o ponto de partida para a criação da Associação das Mulheres Interessadas em Gargalhadas, Amor e Sexo (A.M.I.G.A.S.). Baseado no livro homônimo de Claudia Mello, o espetáculo estreou originalmente há 25 anos, com texto de Duda Ribeiro, morto em 2016, e dirigido por Cristina Pereira. Ernesto Piccolo, que se desdobrou em todos os personagens masculinos da versão original, dirige a nova montagem. Filha de Duda, Julia Iorio se juntou a Luiza Lewicki e Isabel Castello Branco para adaptar a peça aos dias de hoje, além de integrar o elenco. Bernardo Coimbra vive os personagens masculinos.
Teatro Vannucci. Shopping da Gávea. Rua Marquês São Vicente, 52, 3º andar. Seg. e ter., 20h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 19 de agosto a 1º de outubro.
Inquieto Coração
Completando 15 anos em cartaz, o espetáculo foi escrito por Eduardo Rieche, que também atua no monólogo, a partir da adaptação de algumas cartas e sermões de Santo Agostinho, além de quatro de suas principais obras (Confissões, A Cidade de Deus, A Trindade e Solilóquios). A partir das reflexões do pensador, a peça mergulha em temas como o conhecimento de Deus, a busca da verdade, a natureza do amor, a vida, a morte e a fé. A direção é de Henrique Tavares.
Cidade das Artes. Sala Eletroacústica. Avenida das Américas, 5300, Barra. Sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. De 17 a 25 de agosto.
Let’s Play That ou Vamos Brincar Daquilo
Tuca Andrada combina poesia, stand-up show, performance, jogo e aula-espetáculo para celebrar Torquato Neto (1944-1972), poeta, letrista, agitador cultural e um dos nomes do Tropicalismo. Em cena, o ator alterna os papéis de um artista popular, de si mesmo e do próprio Torquato, contando, cantando, vivendo histórias e impressões suas, costurando a dramaturgia com canções de autoria do homenageado, composições como Louvação e Geleia Geral. O público também é convidado a participar, falando o que quiser. A concepção é do próprio Tuca, que assina a direção ao lado de Maria Paula Costa Rêgo.
Centro Cultural Banco do Brasil. Teatro III. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qui a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site do CCBB. De 15 de agosto a 15 de setembro.
Luzia
Com direção de Cristina Flores e dramaturgia de Laura Castro, a peça é atravessada pela existência de três Luzias. A primeira, diretora e autora teatral lésbica baiana, irmã de uma atriz central no Grupo Opinião; a segunda, uma mulher sapatão contemporânea, vivendo e morrendo na (pós-)pandemia; a terceira, o fóssil Luzia, o mais antigo fóssil hominídeo da América do Sul, o início da humanidade no continente, queimada no incêndio do Museu Nacional, para depois ser 80% reconstruída.
Queerioca. Travessa do Comércio, 16, Centro. Sáb., 19h. R$ 40,00 (pix ou débito). De 17 a 30 de agosto.
Menina Mojubá
Buscando somar esforços no combate ao racismo religioso, o espetáculo coloca uma entidade da umbanda como ponto central da discussão. Na luta pela sobrevivência dentro de uma sociedade que não trata os seus com equidade, surge uma criatura que com sua energia voraz, caminhos desafiadores e conflituosos, busca garantir não só sua sobrevivência, mas de todos que são merecedores do seu amor. A peça traz no elenco Marcela Treze (que também assina o texto) e Gabriel Gama (que dirige a peça).
Teatro Correios Léa Garcia. Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro. Sáb., 20h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo Rio Cultura.
Minha Futura Ex
Com texto de Lina Ostrovsky, o espetáculo apresenta Marco (André Mattos) e e Ethel (Bianca Rinaldi), que não se veem há muito tempo e estão a caminho da assinatura do divórcio, no prédio do escritório do advogado de ambos. Até que falta luz e eles ficam presos no elevador, o que acaba levando os dois a uma DR (discussão de relacionamento). Eles acabam se mostrando um ao outro como nunca haviam feito antes. Ele, dividido entre o estereótipo do macho e o amor por ela. Ela, por sua vez, frágil, mas segunda do que não quer.
Teatro Vannucci. Rua Marquês São Vicente, 52, 3º andar. Qui., 20h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla.
Sal
Com direção de Adassa Martins e dramaturgia dela e de Fernando Marques, a peça narra a decadência das salinas da Região dos Lagos, devido à mecanização da produção do ingrediente. O espetáculo narra o reencontro de um velho trabalhador do sal, em sua salina com seu filho que, ao chegar, também reencontra um grande amigo do passado. O pai é um dos únicos que ainda restam numa comunidade, que vive da salina há gerações. Esse encontro traz à tona a antiga relação entre eles, apartada por dez anos de distância, e a relação do homem com aquele lugar, suas memórias e toda a transformação que a região sofreu com os anos.
Sesc Copacabana. Rua Domingos Ferreira, 160. Qui. a dom., 20h30. R$ 7,50 a R$ 30,00. Ingressos somente na bilheteria. De 15 de agosto a 8 de setembro.
Se Essa Lua Fosse Minha
O musical é a nova prática de montagem da In Cena Casa de Artes. Com texto de Vitor Rocha e letras dele e de Elton Towersey, o espetáculo será apresentado por atores e atrizes da escola, com direção geral de Menelick de Carvalho, direção musical de André Poyart. A trama gira em torno da história do amor proibido entre a destemida Leila e o rebelde Iago, integrantes de povos rivais de uma ilha fictícia batizada de Porto Leste. Enquanto isso, Belisa vem da Espanha, destinada a se casar com Iago. Fazendo referência a lendas e cantigas infantis do folclore brasileiro, a peça fala de amor em tempos de ódio e intolerância.
Teatro Fashion Mall. Estrada da Gávea, 899, loja 213, São Conrado. Sáb., 16h e 20h. Dom., 16h, 19h e 20h. R$ 40,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 17 de agosto a 1º de setembro.
Turmalina 18-50
Montado com o intuito de marcar os cinquenta anos da morte (em 2019) do principal líder da Revolta da Chibata, João Cândido, o espetáculo destaca o tempo em que o Almirante Negro, viveu em São João de Meriti (RJ), cidade sede da companhia. Com dramaturgia e direção de Vinicius Baião, e supervisão de Rodrigo França, a peça traz no título o último endereço onde viveu João Cândido Felisberto (Rua Turmalina, Lote 18, Quadra 50) e refaz os caminhos percorridos pelo líder como forma de celebrar sua história e combater o apagamento de sua memória.
Teatro Firjan Sesi Jacarepaguá. Avenida Geremário Dantas, 940. Sáb. (17), 20h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo Sympla.
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