Maravilha de cenário: espetáculo ao ar livre e mais estreias no Rio
Além de Degraus, que faz temporada nas escadarias da Câmara, semana tem o novo monólogo de Tereza Seiblitz e a volta do solo de Maitê Proença, entre outros
DANÇA
Corpo d’Água
Por meio da dança do ventre e da dança-afro, o espetáculo da Cia Resistência Belly Black convida o público, especialmente mulheres, a refletir sobre amor, liberdade e autoestima. Com concepção de Núbia Candace, Odara Mahin e Danielle Anatólio, que também assina a direção de movimento, a obra é um mergulho no universo feminino e no orixá feminino Oxum, rainha das águas doces.
Teatro Ruth Cardoso. Parque das Ruínas. Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa. Sáb. (8) e dom. (9), 19h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo Sympla.
Degraus
O segundo espetáculo do grupo Sats faz parte de uma extensa pesquisa artística sobre a performance nas ruas, utiliza escadarias públicas para experimentar o corpo em situações de risco, queda e fracasso. Com concepção, direção e coreografia de Deisi Margarida e Rodrigo Gondim, o trabalho tem como um de seus objetivos ocupar prédios públicos e de caráter político como ação coletiva, espaço de criação e pensamento crítico.
Escadaria da Câmara dos Vereadores. Praça Floriano, s/nº, Centro. Qui. a dom., 18h. Grátis. De 6 a 16 de julho
TEATRO
O Alienista
Vitor Thiré é Simão Bacamarte, o protagonista de O Alienista, peça livremente inspirada no conto homônimo de Machado de Assis que reestreia nesta quarta (5). O jogo da corrupção política, protocolos de saúde estapafúrdios, o absurdo da decadência humana, a falta de empatia e o massacre aos direitos humanos são temas do espetáculo, distópico porém um tanto atual. Com texto de Gustavo Paso e Celso Taddei, a nova montagem da CiaTeatro Epigenia, que comemora 23 anos fundação, leva para o palco um elenco de 14 atores/cantores. Luciana Fávero, fundadora da companhia, vive Evarista, a esposa.
Teatro João Caetano. Praça Tiradentes, s/nº, Centro. Qua., 15h. Qui. e sex., 19h. Sáb., 17h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Eleven Tickets. De 5 a 29 de julho.
Carangueja
No monólogo, uma mulher (vivida por Tereza Seiblitz), que não sabemos de onde vem ou a que tempo pertence, é atravessada por múltiplas vozes, que ouvimos como se estivéssemos dentro de sua cabeça. Entre elas, há desde uma voz de locução de aeroporto até alguém que lê uma notícia de jornal ou um radialista que ensina uma receita. As vozes falam de diferentes formas através do corpo da mulher e vão desenhando pistas do que está acontecendo. Uma espécie de metamorfose vai se dando ao longo da ação, levando essa mulher a viver num limiar entre humano e crustáceo, entre mulher e carangueja. A peça tem texto e idealização de Tereza Seiblitz de e direção de Fernanda Silva.
Sesc Copacabana. Sala Multiuso. Rua Domingos Ferreira, 160. Qui a dom., 19h. R$ 7,50 a R$ 30,00. Ingressos somente na bilheteria. De 6 a 30 de julho.
Cartas Para Gonzaguinha, O Musical
Com personagens fictícios, a peça de Tiago Rocha se baseia em dois fatos históricos: a bomba do Riocentro e o pedido que o Gonzaguinha fez ao público de escrever cartas respondendo o que é a vida — que contribuiu para a criação da faixa O Que é, o Que é?, que completa 41 anos em 2023. Esse e outros sucessos, como Sangrando, Explode Coração e Grito de Alerta são interpretados na peça por 18 atores e uma banda que inclui a instrumentista Nanan Gonzaga, filha do cantor, também responsável pela pesquisa e assistência-geral da montagem. A direção e a direção de movimento são de Rafaela Amado. João Bittencourt é o diretor musical e idealizador do projeto, e na atual temporada, o diretor musical residente é Guilherme Borges. A reestreia homenageia os dez anos do Ceftem.
Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38, Centro. Sáb. e dom., 20h. R$ 19,50 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 8 a 16 de julho.
Cazuza — Pro Dia Nascer Feliz, o Musical
Ambientado no Rio da década de 1980, o musical passa pelos momentos mais importantes da vida, como a descoberta do teatro, o gosto pelo rock, sua ascensão a cantor e compositor, o sucesso do Barão Vermelho, as brigas, o estrelato solo e a descoberta da Aids. Um elenco de 21 atores-cantores passeia por sucessos como Bete Balanço, Exagerado, Ideologia e O Tempo Não Para, em mais de 25 números cantados ao vivo. A produção é do Ceftem (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical), com texto de Aloísio de Abreu, direção de Stella Maria Rodrigues, direção musical de Claudia Elizeu e coreografia de Quéops.
Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38, Centro. Sex., 20h. Sáb. e dom., 16h. R$ 19,50 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 8 a 16 de julho.
O Homem Que Esqueceu a Própria Música, Uma Autobiografia Inventada
Com texto e direção de Jefferson Almeida, o espetáculo reúne o ator Davi Palmeira, idealizador do projeto, e o ator e músico Thiago Thomé para falar Davi e a não relação dele com o pai. Com direção musical e canções originais de Renato Frazão, a peça é guiada pela música e inspirada nas lembranças do ator. Pai e filho vivem juntos, mas não conseguem criar uma ligação de cumplicidade. O pai se manifesta exclusivamente pela música. A peça reflete então sobre um pai ausente, mas que vive ao lado; o masculino e o feminino; o ator e o performer. Durante a temporada, a exposição Diálogos Bordados Com o Pequeno Davi vai reunir fotos da infância do ator bordadas por ele.
Espaço Cultural Sérgio Porto. Rua Humaitá, 163 (entrada pela Rua Visconde de Silva, s/nº). Qui. a sáb., 20h. R$ 10,00 a R$ 20,00. Dom., 20h. R$ 1,00. Ingressos pelo Sympla. De 6 a 30 de julho.
Insucessos de Uma Vida Quase Adulta
No espetáculo, escrito e encenado por Bia de Queiroz, Elena é uma jovem atriz que enfrenta dificuldades para lidar com a transição da adolescência para a vida adulta. Durante um teste, o diretor pede a ela que conte algo sobre sua vida. A atriz começa, então, a relatar seus maiores fracassos dos 19 aos 25 anos, expondo suas dificuldades, sonhos e inseguranças nessa fase, seu crescimento pessoal e seus esforços para se estabelecer no mundo. Com direção de Stella Maria Rodrigues, Bia “contracena” com vozes em off de Cininha de Paula e Heloisa Périssé, entre outras.
Casa de Cultura Laura Alvim. Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. Sex. e sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Eleven Tickets. De 7 a 23 de julho.
Macacos
Escrito, dirigido e interpretado por Clayton Nascimento, que levou o Prêmio Shell de melhor ator pelo espetáculo, a peça da Cia do Sal traz a reflexão de homem negro a partir da palavra macaco, usada como xingamento ao povo negro. Em cena, ele aborda episódios da história do país, situações ocorridas com personalidades negras, como Elza Soares e Machado de Assis, até chegar aos relatos e estatísticas das mães e famílias dos jovens negros presos ou executados pela polícia no Brasil de 1500 até 2021.
Teatro Sesi Centro. Av. Graça Aranha. Sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Sympla. De 8 a 30 de julho.
A Morte e a Donzela
Idealizada pelo ator Diogo Savala e dirigida por Eduardo Milewicz, a montagem do clássico de Ariel Dorfman foi adaptada para a ditadura militar no Brasil. O encontro entre Paula Sales, ex-prisioneira política, e Roberto Miranda, seu suposto torturador, desencadeia um cabo de guerra intelectual e emocional intermediado pelo advogado Geraldo Santos, marido de Paula e integrante da Comissão de Direitos Humanos.
Teatro Cândido Mendes. Rua Joana Angélica, 63, Ipanema. Seg. e ter., 20h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Sympla. De 4 de julho a 29 de agosto.
Nossa História Através dos Musicais
O espetáculo abre 1º Festival Ceftem de Teatro Musical, que celebra os dez anos do Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical (Ceftem), que já produziu mais de 50 espetáculos, entre eles 15 autorais. O trabalho reúne os números mais marcantes das obras apresentadas nessa década de existência, como Matilda, Hairspray e Les Misérables, entre outros.
Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38, Centro. Qua. (5), 20h. R$ 19,50 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla.
Pele Preta
O musical retrata histórias de superação, protagonismo e respeito às questões de raça e gênero. Escrito e dirigido por Binho Cultura, o espetáculo aborda a discriminação enfrentada por uma jovem advogada, que denuncia um ato racista à polícia, e seu amigo gay, que é vítima de uma atitude homofóbica da mesma pessoa. A peça também apresenta a trágica história de um pedreiro que é confundido com um criminoso e morto por um policial, mas com uma reviravolta surpreendente causada por sua esposa. Além dos atores, o elenco conta com cantoras e bailarinas.
Teatro Ipanema. Rua Prudente de Morais, 824. Qui. (6) e sex. (7), 20h. R$ 50,00. Ingressos pelo Sympla.
O Pior de Mim
Maitê Proença está de volta no monólogo, escrito por ela e dirigido por Rodrigo Portella. Em interlocução direta com a plateia, a atriz conta casos autobiográficos, mas que dizem respeito a temas universais. Ao longo do espetáculo, ela toca em questões existenciais que têm relação com dores do passado, mas de forma leve e bem-humorada. E, entre as histórias, vão surgindo também assuntos atuais, como a nova mulher de 60, o machismo e outros temas.
Teatro das Artes. Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente, 52, 2º piso. Sáb., 20h30. Dom., 18h. R$ 60,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo Divertix. De 8 de julho a 31 de agosto.
Pipas
O monólogo da Cia Contra Bando de Teatro é baseado nas vivências de mulheres das comunidades do Rio, principalmente do Complexo do Alemão. Dirigida por Rohan Baruck, a peça traz Nilda Andrade, atriz e dramaturga do espetáculo, na pele de Cláudia, uma mulher que vive as dores e as delícias de se viver na favela, passando por situações que colocam seus direitos em xeque. A trama recria sua trajetória a partir do momento em que ela tem seus sonhos frustrados por uma gravidez indesejada, aos 15 anos. Como pano de fundo, a tradição familiar de produção de pipas, tendo o objeto como uma metáfora da história de Cláudia.
Sesc Tijuca. Rua Barão de Mesquita, 539. Qui. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 7,50 a R$ 30,00. Ingressos somente na bilheteria. De 6 a 30 de julho.
Porque as Pessoas Enlouquecem
Na trama, quatro indivíduos estão confinados em uma sala claustrofóbica, aparentemente sem memória do motivo que os levou até ali. À medida que o tempo passa, suas últimas lembranças começam a surgir, revelando as razões por trás de seu confinamento. Escrito, dirigido e produzido por Raphael Mourão, o espetáculo aborda com humor e drama os problemas que podem surgir no ambiente de trabalho e como eles podem levar os envolvidos ao colapso mental.
Sesi Firjan Jacarepaguá. Avenida Geremário Dantas, 940, Pechincha. Sex. (7), 21h. Sáb. (8), 20h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo Sympla.
Quem Tá Desesperado Gritaaa
Ícone do humor nacional, Sergio Mallandro apresenta seu stand-up em temporada no Teatro Clara Nunes. Para além dos bordões “glu-glu” e “ié-ié”, ele traz de forma divertida e surpreendente histórias de sua carreira e do cotidiano. O espetáculo está repaginado, com causos inéditos. Ele conta, por exemplo, como uma pessoa hiperativa como ele se comportou durante a quarentena, além de relembrar outros episódios hilários já conhecidos.
Teatro Clara Nunes. Shopping da Gávea. Rua Marques de São Vicente, 52, 3º andar. Sáb., 22h30. R$ 45,00 a R$ 90,00 Ingressos pelo Sympla. De 8 a 29 de julho.
O Som e A Fúria de Lady Macbeth
No monólogo, a famosa personagem de Shakespeare, escancara suas verdades e dialoga com seus fantasmas. A peça aborda com humor sarcástico e debochado questões essenciais de nossa condição humana como poder, ambição desmedida e maldade. Em cena, vemos uma vilã que passeia do trágico ao cômico, atravessando os séculos desde a idade média e aportando antropofagicamente no Brasil de hoje, ao som de O Guarani, de Carlos Gomes, com a batida em ritmo de samba. Idealização, texto e atuação de Cristina Mayrink, com direção de Diogo Camargos.
Teatro Vanucci. Shopping da Gávea. Rua Marques São Vicente, 52, 3º andar. Qui., 21h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 6 a 27 de julho.
O Vendedor de Sonhos
Baseada no best-seller homônimo do escritor Augusto Cury, a peça conta a história de Júlio César (Mateus Carrieri), que tenta o suicídio e é impedido de cometer o ato final por um homem em situação de rua, Mestre (Milton Levy), que lhe vende uma vírgula, para que continue a escrever a sua história. Eles encontram Bartolomeu (Adriano Merlini), um bêbado boa-praça que decide unir-se a eles na missão de vender sonhos e de despertar a sociedade doente. Mas uma revelação sobre o passado de Mestre pode acabar com tudo.
Teatro Vanucci. Shopping da Gávea. Rua Marques São Vicente, 52, 3º andar. Sáb., 21h. Dom., 20h30. Ingressos pelo Sympla. De 8 a 16 de julho.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui