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Dia da Visibilidade Lésbica: mostra de lambe-lambe se espalha pelo Rio

Em diversos pontos da cidade, obras retratam casais de mulheres e possuem QR codes que direcionam para um site que conta a história de cada par

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 ago 2024, 18h53
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Lambe-Lambe Sapatão: casal formado por Jaqueline Andrade e Desirée Santos foi um dos fotografados para a mostra (Camila Lapa/Divulgação)
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Em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a exposição Lambe-Lambe — Histórias Sapatão ocupa as ruas do Rio a partir desta quinta (29). A abertura da mostra acontecerá em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, a partir 17h, dentro da programação da festa Ocupa Sapatão.

A exposição apresenta uma intervenção artística ao ar livre com 40 lambe-lambes em tamanho real (2m x 1m) retratando oito casais lésbicos fotografados por Camilla Lapa, idealizadora do projeto. As obras serão expostas em diferentes pontos da cidade, especialmente em lugares onde a cultura LGBTQIAPN+ é menos visível. 

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A grafiteira Renaya Dorea adicionou digitalmente ilustrações em uma imagem de cada casal e realiza outras intervenções ao vivo, pintando alguns dos lambe-lambes durante a festa Ocupa Sapatão.

Cada obra espalhada pelo Rio de Janeiro terá um QR Code que direciona ao site Lambe-Lambe Sapatão, que contém uma galeria com as demais fotos do ensaio e a história por trás de cada imagem. Durante três meses, as diretoras criativas Julia Bernat e Karol Guimarães Rosa entrevistaram os casais lésbicos retratados no projeto.

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As entrevistadas têm diversidade de raça, idade e identidade, além de serem de lugares diferentes da cidade. Entre os casais retratados, estão Renilda Pires e Rosângela Castro, que, juntas, enfrentaram grandes desafios em uma época em que revelar a sexualidade era quase impensável.

Renilda precisou deixar o Brasil para encontrar liberdade, enquanto Rosângela está na linha de frente da militância desde os anos 70, tendo participado de eventos históricos como o levante do Ferro’s Bar, em São Paulo, ocorrido em 19 de agosto de 1983.

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Na ocasião, o dono do bar impediu a distribuição do jornalzinho do Grupo Ação Lésbica-Feminista, gerando protestos e um boicote liderado pela ativista Rosely Roth. As manifestações só pararam quando o proprietário permitiu que a publicação circulasse, e a situação levou à criação do Dia do Orgulho Lésbico, aprovado em 2008.

A atriz e assistente social Jaqueline Santos e a arte educadora e diretora Desirée Santos são outro casal. Mulheres negras, adeptas do candomblé e moradoras da Maré, elas se conheceram no trabalho, em um espetáculo de teatro, e estão juntas há cinco anos.

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