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Crítica: Miguel Falabella brilha e público vibra na comédia A Mentira

Espetáculo mostra como a verdade - ou seu oposto - pode devastar relacionamentos

Por Pedro Tinoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 fev 2020, 11h47 - Publicado em 5 fev 2020, 13h39

A Mentira. Um domingo quente de janeiro, casa cheia (e olha que o Teatro Casa Grande tem quase 1 000 lugares). Naquela clássica mensagem de “desliguem seus celulares”, com texto bem-humorado para ver se o respeitável público finalmente presta atenção, a voz inconfundível de Miguel Falabella já inspira aplausos antes mesmo do início do espetáculo.

Está tudo dominado, portanto, quando as cortinas se abrem e começa a engenhosa peça do francês Florian Zeller sobre traição e o efeito devastador da verdade (ou seu oposto) nas relações. O cenário deixa os espectadores praticamente em casa: reproduz o ambiente sóbrio da sala de uma residência de classe média.

Alice (Zezé Polessa) e Paulo (Falabella, que também dirige a montagem) estão nos últimos preparativos para receber um casal de amigos, Michel (Frederico Reuter) e Laura (Alexandra Verney). Alice está nervosa, muito nervosa, quer desmarcar o jantar, e Paulo insiste em saber a razão de seu destempero.

Ela conta. Viu Michel, o melhor amigo de Paulo, aos beijos com outra no shopping. Está indignada e não sabe se vai conseguir se segurar. Mas é tarde demais. Toca a campainha, Michel e Laura chegaram.

Começa aí uma ciranda de desencontros, discussões sobre a sinceridade nos relacionamentos e, principalmente, revelações em torno da fidelidade conjugal de cada um.

Há um toque físico nas atuações, quase circense, que provoca risadas frouxas. Zezé Polessa, exuberante, empresta talento e disposição a Alice, ora a dona do pedaço, ora à beira de um ataque de nervos. Mas o show é mesmo de Falabella.

Os espectadores deliram quando ele faz biquinho para falar o nome de um vinho francês, se escangalham a cada berro à moda de Sai de Baixo. A Mentira é teatrão, entretenimento com texto mais elaborado do que a média no gênero, recheado de reviravoltas, e leva profissionais tarimbados ao palco. Cumpre seu papel — contribui para desopilar o fígado — e, com boa vontade, pode até inspirar algum debate durante o jantar no shopping.

(80min). Teatro Casa Grande. Shopping Leblon, ☎ 2511-0800. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 40,00 a R$ 180,00. Até 1º de março.

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