Cinebiografia de bom tamanho
Dividido em fases da vida de Paulo Coelho, Não Pare na Pista agrada aos fãs
Não é tarefa fácil condensar as cinco décadas da história de um dos mais importantes escritores brasileiros em um longa-metragem de quase duas horas. O roteiro dessa cinebiografia, escrito por Carolina Kotscho (2 Filhos de Francisco), opta, sensatamente, por fazer um recorte da vida dele dividindo a trama em três épocas. Nos anos 60, Paulo (papel de Ravel Andrade), adolescente rebelde, tenta o suicídio e é internado num manicômio pelos pais (Enrique Díaz e Fabiula Nascimento). Adulto (agora vivido por Julio Andrade, irmão de Ravel), ele enfrenta, no fim da década de 80, uma crise artística para escrever um livro, após abandonar o emprego numa gravadora. O apoio vem da segunda mulher, Christina Oiticica (Fabiana Gugli). Dispensável, a terceira parte ocorre na Espanha enquanto Paulo Coelho se dirigia para uma festa em comemoração aos 25 anos de O Alquimista. Os melhores momentos estão concentrados na parceria musical com Raul Seixas (Lucci Ferreira), da qual surgiram hits como Gita e Sociedade Alternativa. Embora tenha deslizes, a exemplo da dura máscara de envelhecimento usada por Julio Andrade, o filme serve de veículo para mostrar a superação de um ídolo da literatura, o autor vivo mais traduzido do que Shakespeare. Para os fãs, Não Pare na Pista está de bom tamanho.
✪✪✪ Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho, de Daniel Augusto (Brasil/Espanha, 2014, 112min). 16 anos. Estreou em 14/8/2014.