Carioca de 34 anos, Camila Pitanga não é uma estreante no cinema. Mas, da comédia (Saneamento Básico) ao drama (Noel ? Poeta da Vila), jamais ousou tanto quanto no romance pesadão Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, cuja estreia está prometida para sexta (20). Na pele de uma ex-prostituta, a atriz faz cenas de sexo quentes e participa de um triângulo amoroso com um fotógrafo e um pastor evangélico.
Foi mais difícil atuar nas cenas de sexo ou nas de crise de sua personagem? Nas sequências mais densas, cheguei a perder o sono antes de filmá-las. As cenas de sexo não me causaram surpresa nem foram um problema. Elas estão muito presentes nas fitas do diretor Beto Brant e no livro do Marçal Aquino, no qual o filme foi baseado. Houve delicadeza e concentração, e tudo ocorreu com tranquilidade porque se criou uma cumplicidade entre toda a equipe.
Para quem está acostumada com o ar condicionado dos estúdios da Globo, como foi filmar na tórrida Santarém, no Pará? Por ser do Rio, não tive nenhuma dificuldade com o calor. Sou uma pessoa simples, morei no Morro do Chapéu Mangueira, venho de Jacarepaguá e não tenho frescuras. Foram seis semanas de filmagens, mais um mês de preparação, e ficar em Santarém foi como estar em casa. Fui muito bem cuidada. Tinha comida fresquinha e nos hospedamos num hotel em que os donos moravam lá. Em pouco tempo, eu já era arroz de festa na cidade (risos).
Depois de contracenar pela primeira vez no cinema com seu pai, Antonio Pitanga, virão outras parcerias? Temos um projeto que vai reunir toda a família. Será sobre a Revolta dos Malês, que meu pai vai dirigir. Rocco, meu irmão, será o protagonista, e eu vou fazer uma personagem importante. Pouca gente sabe, mas os malês eram escravos islâmicos vindos da África muito sofisticados culturalmente. Eles foram importantes nas revoltas insurgentes. O roteiro está sendo finalizado, e ainda devemos ter Seu Jorge, Lázaro Ramos e Taís Araújo no elenco.