Cinco programas imperdíveis para o fim de semana
Confira a seleção especial de VEJA RIO para deixar seu fim de semana ainda mais animado
Com o clássico Odeon fechado e à espera de reformas, um dos maiores festivais de cinema do país transfere seu Q.G. para o Cinépolis Lagoon. A partir de quinta (25), o público vai encontrar extensa programação nas seis salas do complexo, mas também nos endereços do circuito Estação, além de Cine Joia, Museu da República, Kinoplex São Luiz, Roxy, Oi futuro Ipanema e Ponto Cine, entre outros espaços. Na 16ª edição, o evento traz 350 obras de mais de sessenta países. A montanha de atrações vai da exibição de longas mudos de Hitchcock, no Estação Botafogo 1, acompanhados ao vivo pelo pianista Cadu Pereira, a pré-estreias com grandes nomes de Hollywood. Um dos últimos papéis de Philip Seymour Hoffman, morto neste ano, foi o do espião alemão Gunther Bachmann em O Homem Mais Procurado. Adaptação do romance de John le Carré, dirigida por Anton Corbijn, o thriller será exibido na quinta (25), no Roxy 3, às 12h e 19h, no sábado (27), no São Luiz 3, às 16h30 e 21h30, e no domingo (28), no Cinépolis Lagoon 6, às 19h45. Boyhood — Da Infância à Juventude rendeu a Richard Linklater (o realizador de Antes do Amanhecer) o prêmio de melhor diretor no Festival de Berlim de 2014. Ele conta na tela a história do garoto texano Mason (Ellar Coltrane), filho de pais separados, e um tanto desajustados, interpretados por Patricia Arquette e Ethan Hawke. O Roxy 3, no domingo (28), às 14h e 19h, abriga as primeiras duas sessões da fita no país. Vencedor no Festival de Sundance, voltado para criadores independentes, Whiplash — Em Busca da Perfeição, de Damien Chazelle, acompanha as desventuras de Andrew (Miles Teller), promissor baterista de jazz pressionado a não fracassar como o pai escritor. O longa poderá ser visto na quinta (25), às 16h30 e 21h15 (Cinépolis Lagoon 5), e na sexta (26), às 16h30 e 21h30. Os Maias — Cenas da Vida Romântica, do diretor português João Botelho, ocupa o Cinépolis Lagoon 4 no domingo (28), às 14h. Trata-se de uma esmerada versão para o mais famoso romance de Eça de Queirós, com a atriz brasileira Maria Flor no papel da heroína romântica Maria Eduarda. Ficam as dicas. A programação completa está em www.festivaldorio.com.br.
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A psicóloga Ana (Irene Ravache) recebe, por telefone, o pedido de um horário no fim do expediente. Contrariada, cede — para sorte de toda a humanidade, como se verá na comédia da israelense Anat Gov (1953-2012). Quem aparece para a consulta é Deus (Dan Stulbach), Ele mesmo, deprimido com sua criação máxima, o homem. O Criador parece inclinado a se matar, o que resultaria no fim da raça humana, e a analista deve demovê-lo da ideia em uma sessão. À situação problemática soma-se um detalhe: Ana é ateia. Ou pelo menos assim se declara, já que, secretamente, costuma maldizer o Todo-Poderoso, em grande parte devido ao autismo do filho (Pedro Carvalho). A autora não abre muito espaço para discussões teológicas. Na trama, passa por cima de inconsistências históricas e científicas da Bíblia, tomando o livro como verdade literal. Em que pese essa simplicidade do enredo, o embate terapêutico dá margem à reflexão sobre o divino e o humano. E, mais ainda, revela-se terreno propício para boas tiradas. Em uma das melhores, a terapeuta diz ser impossível analisar Deus, já que Ele não tem mãe e, assim, não haveria em quem colocar as culpas de seus traumas. A direção de Elias Andreato, correta, abre espaço para a dinâmica entre Stulbach e Irene, ele muito bem e ela ainda melhor (80min). 12 anos. Estreou em 8/8/2014.
Teatro dos Quatro (402 lugares). Rua Marquês de São Vicente, 52 (Shopping da Gávea), 2º piso, Gávea, ☎ 2274-9895. Quinta e sexta, 21h30; sábado, 19h e 21h30; domingo, 18h30. R$ 60,00 (quinta e sexta) e R$ 80,00 (sábado e domingo). Bilheteria: a partir das 15h (qui. a dom.). IC. Estac. (R$ 6,00 por duas horas). Até dia 28.
Hermínio (Felipe Valle) prefere o aconchego da ficção à dureza da realidade. Depois de mais um embate com a mãe (Monique Bernal) e a irmã (Maria Penna Firme), ambas fãs de novidades eletrônicas, o garoto, trancado no quarto, se vê entre os personagens das histórias que cria, dispostos a se tornarem autores das próprias tramas. Bem amarrada no texto de Nathalia Colón, a narrativa ganha montagem cuidadosa do grupo Trupe do Experimento, sob a direção de Marco dos Anjos. Encantam a plateia o cenário coberto de livros, a música ao vivo e os acertos na escolha do elenco. O pirata espanhol Don Francesco de La Cucharra (Daniel Carneiro) e o dono de sebo Seu Santiago (Leon Góes, debutando no teatro infantil) garantem gostosas risadas (55min). Rec. a partir de 3 anos. Estreou em 6/9/2014.
Centro Cultural Banco do Brasil — Teatro II (155 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. Sábado e domingo, 16h. R$ 10,00. Bilheteria: a partir das 9h (sáb. e dom.). Até 26 de outubro.
Ele tem três ateliês: um na Ilha de Maiorca, onde nasceu, outro em Paris e o terceiro na República do Mali, na África. A diversidade de endereços se reflete em sua produção. Hoje o artista vivo mais valorizado de seu país, o espanhol Miquel Barceló, 57 anos, assina cerâmicas, pinturas e esculturas, além de obras faraônicas: sua extravagante criação para o teto do salão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na Suíça, uma espécie de caverna colorida, consumiu nove meses de trabalho e 35 toneladas de tinta. Barceló participou da Bienal de São Paulo em 1981 e voltou a expor na capital paulista em outras três ocasiões. Na mais recente, neste ano, exibiu o acervo que chega ao Rio em mostra na Pinakotheke Cultural. A seleção traz vinte trabalhos, entre pinturas e esculturas, dois filmes dedicados a seu processo criativo (um deles sobre o tour de force na ONU) e um gabinete cenográfico com objetos pessoais trazidos do ateliê parisiense. Estão no acervo seus quadros brancos, produzidos com camadas de tinta que formam texturas e desenhos, e telas da série de frutos de grandes formatos, como Tomate Coeur de Baleine. A sensação, no entanto, promete ser Elefandret, a escultura de um paquiderme com 2 toneladas de bronze, equilibrado sobre a própria tromba.
Rua São Clemente, 300, Botafogo, ☎ 2537-7566. Segunda a sexta, 10h às 18h; sábado, 10h às 16h. Grátis. Estacionamento gratuito. Até 9 de novembro. A partir de quarta (24).
+ Bares criam drinques inspirados na primavera
Durante 34 anos, José Norberto vendeu molduras em sua loja nas cercanias do metrô, em Botafogo. Daniel e Gustavo Guerreiro, o segundo um especialista em cervejas, vinham insistindo com o pai para mudar de ramo. Não deu outra: no início do mês, após um ano de obras pesadas, abriu as portas o bar da família. Logo na entrada, à direita, o balcão de mármore negro sobre tijolos aparentes ampara a vistosa fileira de dezesseis torneiras de chope. Salão adentro, decorado com motivos cervejeiros, o cliente ainda pode se acomodar em torno de mesas espalhadas pelo espaço ou no mezanino ao fundo. Como é costume em redutos de chopes sazonais, as opções do dia estão escritas na parede. Corra para aproveitar o alemão Crew 7:45 Escalation (R$ 28,00; 300 mililitros), uma double IPA extremamente aromática, por causa dos quatro lúpulos utilizados em sua fabricação. A casa terá sempre duas torneiras para sugestões da americana Brooklyn, assim como a boa blonde ale da carioca Fraga (R$ 13,00; 300 mililitros). Hoje em torno dos trinta rótulos, o número de garrafas tende a crescer. A Grand Cru, uma double witbier com laranja e coentro feita pela curitibana DUM, é excelente pedida (R$ 20,00; 355 mililitros). Dica entre os petiscos, os bolinhos de cogumelos mostraram-se corretos (R$ 20,00; seis unidades). Já o hambúrguer de acém com patinho e linguiça fez bonito, coberto por queijo do reino, bacon e cebola-roxa, ladeado por maionese picante de sriracha, uma espécie de pimenta tailandesa (R$ 28,00).
Rua Professor Álvaro Rodrigues, 148, loja A, Botafogo, ☎ 2535-0988 (136 lugares). 18/0h (sex. e sáb. até 2h; fecha dom. e seg.). Cc: M e V. Cd: todos. Aberto em 2014.