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Manfred Bert criou hortas comunitárias em bairros da Zona Sul

Paisagista alemão mudou a rotina do bairro onde mora e conseguiu mobilizar os moradores da região

Por Thais Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 12h16 - Publicado em 3 abr 2015, 01h00
Manfred
Manfred (Felipe Fittipaldi/)
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Vivendo no Rio há 29 anos — desde que se mudou de seu país com a mulher, carioca, que conhecera em uma viagem —, o alemão Manfred Bert cultiva uma paixão pela cidade, indisfarçável mesmo com seu sotaque carregado. Paisagista igualmente apaixonado pela profissão, ele criou uma empresa especializada no assunto, mas não demorou para se engajar em ações de cunho solidário. Hoje, além de dar palestras sobre educação ambiental em escolas, Bert alterou a rotina de Laranjeiras, bairro onde mora, e de seu entorno, por meio de hortas comunitárias. A primeira delas foi feita em um terreno abandonado nos fundos da Praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho, há dois anos. “Desde 1992 eu já vinha observando esse terreno, que as pessoas diziam não ter dono. Resolvi limpá-lo para fazer uma horta, e logo outros moradores começaram a se mobilizar”, explica. 

“Já abusamos tanto dos recursos do planeta que me sinto bem dando a minha pequena contribuição”

O sucesso da iniciativa, que aproxima vizinhos e fornece alimentos fresquinhos à comunidade, motivou Bert a expandir a ideia. O segundo lugar escolhido, bem perto de sua casa, na Rua General Glicério, era um terreno particular abandonado desde 1969, quando dois prédios que lá existiam desabaram. “O local tornou-se ponto de encontro dos moradores do bairro. Todo sábado fazemos mutirões para cuidar da horta”, diz o paisagista, que, no último mês, ainda trabalhou na criação de mais dois pontos de cultivo, no Parque Guinle e em Santa Teresa. Além de reaproveitar espaços antes desprezados e engajar a população no cuidado com o meio ambiente, as hortas ajudam no rea­proveitamento do lixo. Todas têm composteiras para a reciclagem dos resíduos orgânicos, que são transformados em adubo. “Fico feliz em ver as pessoas aderindo voluntariamente à ideia. Não há nada de novo no que fazemos aqui, são técnicas conhecidas de nossos pais e avós, mas que fomos esquecendo ao longo do tempo com essa mania de querer tudo tão imediatamente. Já abusamos tanto dos recursos do planeta que me sinto bem dando a minha pequena contribuição.”

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