Edição carioca do MIMO Festival traz shows e filmes inéditos gratuitos
Evento espalha programação de música, cinema e oficinas por nove endereços da cidade

Criada em 2004, a Mostra Internacional de Música de Olinda venceu as fronteiras de Pernambuco com sua programação imbatível. Apresentações musicais de atrações nacionais e estrangeiras, exibição de filmes inéditos e oficinas com os artistas convidados, tudo de graça, garantem o sucesso do projeto. Na 12ª edição, o Mimo Festival passou por um percalço — teve a escala na terra natal cancelada por falta de patrocínio —, mas, ao longo de 2015, já encantou o público em palcos montados nas cidades históricas de Paraty, Ouro Preto e Tiradentes. A boa-nova: de sexta (13) a domingo (15), o evento em seu formato completo (veja destaques ao lado) desembarca no Rio pela primeira vez. Parte da agenda de comemorações dos 450 anos da cidade, a festa espalha-se por nove endereços: Parque Lage, Museu da República, Cine Odeon, Igreja da Candelária, Igreja da Penha, Outeiro da Glória, Sala Cecília Meireles, Espaço Guiomar Novaes e Espaço BNDES.Filé do Mimo, os shows trazem nomes como Daniel Casares. Considerado um herdeiro do grande Paco de Lucía (1947-2014) na tradição do flamenco, o violonista espanhol sola ao lado da Orquestra Sinfônica Cesgranrio na sexta (13), às 18h30, na Candelária. Tem muito mais. A lista de estrelas estrangeiras inclui o guitarrista tuaregue Bombino, o malinês Boubacar Traoré, veterano africano com jeito de bluesman, e o coletivo luso-angolano Batida, que une sons africanos dos anos 70 à sonoridade eletrônica do kuduro, comandado pelo radialista, DJ, VJ e ativista Pedro Coquenão. A arte nacional é representada por pesos-pesados como o tropicalista Tom Zé, a Banda Black Rio, que revisita o repertório do antológico disco Maria Fumaça (1977), e Alceu Valença. Ao vivo, o cantor e compositor pernambucano encerra os trabalhos no domingo (15), às 20h, no Parque Lage, com o espetáculo Valencianas, em que apresenta suas músicas com arranjos sinfônicos, à frente da Orquestra Ouro Preto. Tudo de graça. Vai perder?
Boubacar Traoré
Grande nome da cena africana, o cantor, compositor e violonista malinês de 73 anos traz pela primeira vez ao Brasil seu repertório doce e melancólico, que une o blues à tradição de seu país. Acompanhado por um trio, Traoré se apresenta na Sala Cecília Meireles na sexta (13), às 20h.

Banda Black Rio
Na formação atual, comandada por William Magalhães, filho do fundador Oberdan Magalhães, a usina sonora de funk-soul-samba-jazz comanda o baile no sábado (14), às 18h, no Parque Lage. O show é calcado no repertório do clássico álbum Maria Fumaça, de 1977.

Bombino
Apelidado de Jimi Hendrix do Saara (e fã de Mark Knopfler), o guitarrista tuaregue Bombino nasceu no deserto, no Níger. O músico exibe sua peculiar mistura de pop, rock e sons africanos no sábado (14), às 22h, no Parque Lage.

Festival Mimo de Cinema
a música será exibida no Cine Odeon. Uma das produções inéditas, o documentário The Amazing Nina Simone, do alemão Jeff L. Lieberman, ganha sessão no sábado (14), às 14h. Os longas Sem Dentes: Banguela Records e a Turma de 94 e My Name Is Now, Elza Soares são outros destaques.

Su:m
O duo feminino formado em 2007 pelas sul-coreanas Ji Ha Park e Jungmin Seo vai do experimental ao clássico em composições próprias. No domingo (15), às 18h, elas tocam no Parque Lage, apoiadas por instrumentos acústicos tradicionais de seu país, como piri (uma flauta de bambu), saenghwang (espécie de gaita avantajada) e gayageum (da família da cítara).

Tom Zé
Ícone do tropicalismo, o artista baiano, que já se apresentou em outras edições do festival, reforça a escalação nacional. Atração de sábado (14), às 20h, no Parque Lage, Tom Zé mostra ao vivo as faixas de seu mais novo disco, Vira Lata na Via Láctea.