Orla Conde mantém atrações pós Jogos
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) diz que considera o Boulevard o legado "mais emblemático" da Olimpíada para a cidade
Novíssima área turística do Rio, a Orla Conde, que vai dos armazéns do porto à Praça 15, no centro, transformou-se em Boulevard Olímpico durante a Olimpíada e a Paraolimpíada. Recebeu cinco milhões de pessoas, atraídas por uma agenda com 30 shows, transmissão de jogos e uma bela paisagem. Findos os eventos, a prefeitura, que revitaliza a área havia décadas degradada, planeja mantê-la em atividade, com a permanência dos furgões de food truck e eventuais shows. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) diz que considera o Boulevard o legado “mais emblemático” dos Jogos para a cidade.
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O trunfo da prefeitura para manter o Boulevard em atividade é a remodelada Praça Mauá, com a vista única da Baía de Guanabara, os dois museus nela instalados (Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio, o MAR), a novidade representada pelo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e a iminente inauguração do aquário marinho AquaRio.
Antes da Olimpíada, a praça e seu entorno vinham registrando a presença de 30 mil a 40 mil pessoas por fim de semana. De segunda a sexta-feira, há ainda o público que trabalha no centro e aproveita a hora de almoço ou o fim do expediente para passear e contemplar a paisagem desnudada pela demolição do elevado da Perimetral. Embora a praça tenha sido reinaugurada já há um ano, depois de quatro de obras, muitos cariocas só a redescobriram por ocasião dos eventos esportivos, o que faz com que a expectativa agora é de que a frequência suba.
A realização de dois eventos internacionais nos armazéns 2, 3 e 4 do porto –a feira de arte ArtRio, entre o dia 28 e 2 de outubro, e o festival de cerveja Mondial de La Biére, de 12 a 16 de outubro — deverá manter o burburinho. Há ainda a ideia de fazer na área uma festa de Réveillon, com grande queima de fogos, uma opção à tradicional celebração da Praia de Copacabana, na zona sul.
Com 15 metros de altura e 170 metros de comprimento, o mural Etnias, do artista brasileiro Eduardo Kobra, reconhecido pelo Guinness Book como o maior mural do mundo, é uma atração permanente. Instalado perto da Igreja da Candelária, o balão panorâmico, que sobe a 150 metros do chão, poderá se tornar fixo também.
Caminho
A aposta é que a população vá agora explorar os 3,5 quilômetros da faixa litorânea, um trajeto cultural até então conhecido por poucos. O percurso começa na Avenida Rodrigues Alves, onde fica o AquaRio, passa pela Praça Mauá, onde estão os museus, e segue em direção à Praça 15, sede do Paço Imperial. No caminho, estão o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro Cultural dos Correios e a Casa França-Brasil, entre outras instituições importantes da cidade. Com o fim dos Jogos e a retirada dos tapumes que protegiam a pira e delimitavam o Boulevard, a proximidade entre os equipamentos culturais ficará mais nítida.