O Rio de Janeiro contado nas páginas da literatura
Em comemoração ao Dia Nacional do Livro, na última quinta (29), VEJA RIO listou dez clássicos em que a cidade aparece como o protagonista da história
1808, Laurentino Gomes
A obra trata de forma bem humorada a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio em 1808. De forma paralela o autor faz um retrato da cidade e sobre a formação política do país. Entre os episódios históricos mostrados o texto estão as guerras napoleônicas, revoluções republicanas e a escravidão.
Fim, Fernanda Torres
O livro traz cinco amigos cariocas, que à beira da morte lembram-se de passagens marcantes de suas vidas: como casamentos, separações e arrependimentos. Todos têm personalidades bem diferentes, mas que partilham não apenas o fato de estar no extremo da vida. Ao redor deles pairam mulheres de vários perfis e um padre em crise com a própria vocação e outros vários tipos retirados pela autora das ruas da cidade.
O Cortiço, Aluísio Azevedo
O romance publicado em 1890 é uma das obras de maior destaque do Naturalismo no Brasil. Os personagens são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro. O tipo de moradia é relacionada a formação das favelas. Lá, moram personagens que não se misturavam com a classe dominante, que se envolvem em vários conflitos decorrentes do meio em que vivem.
Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto
A história se passa no fim do século XIX e narra a história do major Policarpo Quaresma, um nacionalista extremado, que tem uma visão sobre o pais que é motivo de desdém e ironia. Interessado em livros de viagem, defensor da língua tupi e o personagem é um patriota, que deseja defender a nação a todo custo. A trama é ambientada no Rio entre os períodos da Proclamação da República e durante os primeiros governos presidenciais do país.
A Morerinha, de Joaquim Manuel de Macedo
O romance tem como história central o romance entre Augusto e Carolina e tem como cenário as praias da Ilha de Paquetá, na Baia de Guanabara. O texto narra os usos e costumes do país na época do Segundo Império, quando a sociedade seguia os padrões ditados pela moda europeia.
As Esganadas, de Jô Soares
O romance policial conta as aventuras de um grupo de investigadores atrás de um serial killer pouco tradicional: o dono de uma agência funerária. Com muito humor e narrativas cinematográficas, o filme retrata o Rio de Janeiro na década de 1930, em pleno governo do Estado Novo, com Getúlio Vargas como presidente.
O Anjo Pornográfico, de Ruy Castro
A biografia do escritor e jornalista Nelson Rodrigues tem como o Rio de Janeiro como cenário. Locais como a vila onde morou na Zona Norte e o próprio Maracanã são palcos de histórias sobre a vida do polêmico autor de títulos como A Vida Como Ela É, A Falecida e Bonitinha, Mas Ordinária.
Agosto, Rubem Fonseca
O autor mescla ficção e realidade numa história que tem se passa as vésperas do suicídio de Getúlio Vargas. Em 1º de agosto de 1954, um empresário é assassinado e outro crime é planejado na sede do governo federal. A cidade em seus tempos áureos surge em meio a trama criada pelo autor.
Cidade Partida, Zuenir Ventura
O jornalista faz um relato sobre a vida dos moradores da favela de Vigário Geral, onde a violência é a linguagem do cotidiano. Por outro lado, ele conta como a sociedade civil se mobilizou contra a violência, que resultou no movimento Viva Rio. O livro é um relato emocionado, com direito a histórias surpreendentes e heróis inusitados.
Dom Casmuro, Machado de Assis
Considerado uma das obras-primas da literatura nacional, o livro mostra o enigmático triângulo amoroso formado por Bentinho, Capitu e Escobar. A narrativa se passa no Rio de Janeiro, no Segundo Império, em meio a vida dos aristocratas da época.