Continua após publicidade

Mortes por PMs ainda são realidade em favelas do Rio, dizem especialistas

Governador Luiz Fernando Pezão criticou ação dos policiais e pediu desculpas à população

Por Agência Estado
Atualizado em 5 dez 2016, 11h47 - Publicado em 1 out 2015, 14h01
PMs cena crime
PMs cena crime (Reprodução/)
Continua após publicidade

Assassinatos cometidos por policiais e registrados como autos de resistência ou homicídio ainda são uma realidade cotidiana em favelas com ou sem UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no Rio de Janeiro, opinam especialistas ouvidos pela reportagem.

A psicóloga Isabel Lima, coordenadora de Segurança Pública e Violência Institucional da ONG Justiça Global, diz que os casos estão crescendo. A organização estudou os dados registrados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), vinculado ao governo estadual. “Só no primeiro semestre, 408 pessoas foram mortas pela polícia em casos registrados como autos de resistência. O que já é um aumento de 18,6% em relação ao mesmo período de 2014”, afirmou. Ela diz ainda que os números de 2015 já haviam superado em 40% os casos de 2013.

+ PMs da UPP que forjaram cena de crime são presos

Para a especialista, a morte de Eduardo Felipe dos Santos Victor, no Morro da Providência, mostra que as ações oficiais para coibir os assassinatos registrados de modo falso ainda são insuficientes. “Enquanto não há investigação e responsabilização, esse quadro não muda.”

Continua após a publicidade

Para o diretor-geral da Anistia Internacional, Átila Roque, as UPPs tiveram o mérito de tentar romper com a lógica do confronto, mas a falta de programas sociais e de protocolos claros sobre o uso da força ameaça o projeto. “A consequência é que as UPPs começam a reproduzir a lógica tradicional marcada pela criminalização das populações das favelas.” Relatório da Anistia revelou que, dos 283 registros de autos de resistência no Rio entre 2011 e abril de 2015, 80% continuavam com a investigação aberta.

A antropóloga Alba Zaluar ressalta a necessidade da investigação. “O que acho importantíssimo é que foi gravado. Se tivesse câmera no capacete desses policiais, ficaria muito difícil isso acontecer.”

Desculpas

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) criticou a ação dos policiais. “(As imagens) chocaram, são abomináveis. É muito triste a gente saber que um agente do Estado, uma pessoa em quem investimos, que está dentro da comunidade para levar a paz, praticou um ato como este (…). Peço desculpas à população do Rio como governador do Estado”, disse. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 39,96/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.