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Mitos e verdades sobre a dengue

O Aedes aegypti não nos deixa em paz. Confira 10 afirmações sobre a dengue, saiba se elas são verdadeiras ou não e tome as medidas certas para se proteger do mosquito

Por Louise Peres
Atualizado em 5 dez 2016, 14h44 - Publicado em 10 abr 2013, 18h57

O ovo do mosquito sobrevive fora da água? Vela de citronela adianta? Há um limite de vezes para a contaminação de uma pessoa? Com a colaboração da pesquisadora Denise Valle, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), listamos uma série de afirmações para esclarecer o que é mito e o que é verdade acerca do mosquito da dengue, sua forma de atuação, as possíveis formas de prevenção e as diversas formas da doença. Confira abaixo.

Quem tem dengue mais de uma vez tem mais chances de contrair a forma hemorrágica da doença.

Mito. A gravidade da dengue depende de um monte de uma série de fatores, que vão desde o tipo até quantidade do vírus inoculada no doente. ?Uma pessoa que tenha dengue duas a três vezes pode estar mais suscetível, mas não necessariamente terá a dengue hemorrágica quando for picado novamente pelo Aedes aegypti. Ou pode contrair a doença pela primeira vez e, logo de cara, ter a forma mais grave dela?, avisa Denise.

Existe um número limitado de vezes que uma pessoa pode pegar a dengue.

Mito. Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem ser contaminadas sucessivas vezes por todos os tipos de vírus circulantes na área. ?São quatro sorotipos, e dentro de cada tipo, vários genótipos. A resistência da pessoa à determinado vírus também define como o organismo vai reagir a ele?, explica a pesquisadora.

Em geral os mosquitos Aedes aegypti picam mais na região do pé e das pernas.

Verdade. Eles se concentram nesta região. Mas a pesquisadora Denise Valle alerta: ?Ele é oportunista. Se você estiver com outra parte do corpo desprotegida, é ali que a fêmea vai atacar?, diz.

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Desinfetante nos ralos impede a proliferação do mosquito.

Verdade. O produto pode impedir que a fêmea deposite ovos ali. No entanto, é importante saber que a medida não é definitiva. ?A maioria dos desinfetantes é à base de cloro, que é volátil. Em algumas horas ele já evaporou, e aquela água virou pura de novo. Um criadouro perfeito para o mosquito?, alerta Denise Valle.

Vasilhas de água para cães e gatos não têm perigo de virar criadouro para o Aedes aegypti.

Mito. Elas são um perigo sim. ?Dois ou três dias são suficientes para que aquela pequena quantidade de água vire um criadouro produtivo, que consegue suportar a evolução do mosquito até ele ficar adulto?, diz a especialista. Uma vez embrionado, o ovo vira larva em poucos dias. Em locais onde a temperatura é alta, entre 7 e 10 dias depois essa larva terá se transformado em um mosquito adulto, pronto para infectar a população.

Fora da água, o ovo com o vírus pode suportar um longo período – até mais de um ano.

Verdade. ?Há registro de ovos que passaram até 450 dias ?em jejum?, sem água, e aguentaram. Eles sobrevivem a um inverno inteiro. Quando chove no verão, o ovo já está pronto. Uma vez em contato com a água, em 7 a 10 dias já tem mosquitos voando?, informa Denise. ?Por isso é tão importante a profilaxia durante o ano todo?.

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Usar meias brancas protege contra picadas do mosquito.

Mito. O Aedes aegypti tem rejeição à claridade e é atraído pelo calor, por isso teria preferência por tecidos escuros. ?Apesar disso, ele é capaz de picar uma pessoa mesmo que ela esteja protegida por roupas. O importante é eliminar os criadouros do mosquito, para que ele não circule?, diz Denise.

Bromélias são os principais criadouros do mosquito da dengue.

Mito. Ao contrário do que se pensa, a bromélia contribui muito menos do que outros recipientes para a proliferação da dengue. ?Como a planta forma um recipiente pequeno, ou a água não comporta o crescimento dele até adulto, ou os próprios predadores do próprio Aedes aegypti tratem de eliminá-lo?, explica Denise.

Velas de citronela são capazes de espantar o mosquito.

Verdade. Elas têm propriedades repelentes – o cheiro exalado pelas velas acesas afasta o Aedes aegypti. Essa dinâmica, no entando, só funciona em ambientes fechados, saturados pelo aroma. ?Como o mosquito não costuma agir em ambientes fechados, a medida não é definitiva. A ação mais efetiva é, de fato, eliminar o criadouro. Usar inseticida, repelente ou velas terá uma ação muito limitada contra o vetor?, alerta a pesquisadora.

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Crianças e jovens são mais suscetíveis à doença.

Verdade. Especula-se que a circulação de diferentes tipos virais que infectam pessoas continuamente possa gerar imunidade na população adulta, em pessoas que já tenham sido contaminadas alguma vez. Por isso, crianças e jovens que nunca entraram em contato com o vírus circulante podem, sim, ser mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença.

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