O mapa do grafite no Rio
Artistas, curadores e galeristas apontam os principais exemplares da arte urbana na cidade. Confira o top 10 com os principais grafites do Rio
Mesmo em uma cidade de natureza tão exuberante e paisagens de inegável beleza, eles conseguem se destacar. Espalhados por todos os cantos do Rio, os murais de grafite vêm colorindo e transformando paredes, muros e construções em telas repletas da mais genuína expressão da arte urbana carioca. Esta semana foi a vez do Terminal Alvorada, na Barra, que acaba de ganhar seis trabalhos feitos pelos artistas BR, Swk, Afa, Acme, Carlos Bobi do Espaço Rabisco e Chico. Ao lado de Gais e Toz, esses nomes são fortes representantes da nossa arte urbana. ?É cada vez maior a visibilidade dada ao grafite em todo o mundo, e o Rio não poderia estar de fora de um movimento de âmbito global?, afirma André Bretas, galerista e fundador do Instituto RUA ? Revitalização Urbana Artística, parceiro da Secretaria Municipal de Obras na iniciativa. Em 2011, o instituto que busca a revitalização de pontos da cidade através da arte foi responsável por realizar o primeiro festival do gênero, o ArtRua, que em setembro deste ano ganhou sua segunda edição, em paralelo à ArtRio. É o melhor momento no Rio desta arte que, surgida em meados dos anos 60, ganhou força no Brasil na década de 90. Hoje, até igreja virou objeto de trabalho dos grafiteiros: a Capela São José, na Praça da Bandeira, se tornou a primeira construção inteiramente grafitada do Brasil.
Ao passo que ganham cada vez mais aceitação, os grafites se distanciam da pichações, interferências que antes poluíam a cidade. A arte grafitada, no entanto, ainda conserva alguns traços do piche. ?É pintura e muro, na rua, cada um buscando seu espaço ainda na ilegalidade. Essa inquietação interfere no trabalho deles e cria um panorama impressionante, um fenômeno que vem sendo largamente absorvido pela arte contemporânea?, diz a curadora Vanda Klabin, uma das primeiras a levar o trabalho em grafite para dentro das galerias de arte cariocas.
Para destacar alguns dos principais exemplares deste movimento, VEJA RIO pediu aos curadores André Bretas, Vanda Klabin e Ricardo Kimaid e à artista Joana César que apontassem seus trabalhos favoritos à mostra nos muros da cidade. Confira abaixo.
Anonimundo
Onde: Rua Santo Cristo, Santo Cristo.
BB Shimuzada, de Toz
Onde: Muro da Hípica, em frente ao Parque Lage.
Tiago Tarm
Onde: Rua Benedito Calixto, Vidigal.
Marinho
Onde: Muro do Jockey Clube.
Toz, o maior grafite do Rio
Onde: Morro da Conceição.
Márcio SWK
Onde: Santa Teresa
Teseu, Grupo Acidum
Onde: Rua do rosário, ao lado da galeria Progetti, perto do CCBB.
Gais
Onde: viaduto na Avenida República do Chile, sentido Rua do Lavradio
Gais, Centro
Onde: Centro, próximo ao edifício sede da Petrobrás.
Bambas
Onde: esquina entre a Rua Mem de Sá e a Praça Cardeal Câmara, na Lapa.
Polêmica: Inaugurado em 2010, o trabalho de 300 metros quadrados criado por um coletivo de artistas foi alterada pela abertura de portas naquela parede ? um bar foi instalado na construção.