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Cidades candidatas a sediar os Jogos de 2024 travam disputa no Rio

Paris,  Los Angeles, Roma e Budapeste apresentam suas candidatura nas casas dos países montadas por aqui 

Por Pedro Moraes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h07 - Publicado em 20 ago 2016, 01h00

Entre as acirradas disputas por medalha, as emocionantes cerimônias dos pódios e os diversos eventos espalhados pela cidade, os principais dirigentes esportivos de todo o mundo dedicaram boa parte do tempo a rodadas e rodadas de reuniões tendo ao redor de si o exuberante cenário carioca. Longe dos holofotes, eles discutiram o rumo do maior evento esportivo do planeta. Enquanto os japoneses aceleram os preparativos para receber os Jogos de 2020, as quatro cidades candidatas a sediar a Olimpíada de 2024 enviaram ao Rio seus maiores articuladores e lobistas no Comitê Olímpico Internacional (COI) para lançar as bases de sua campanha. Representações de Budapeste, Los Angeles, Paris e Roma montaram espaços para a sua promoção nas casas temáticas de seu país em busca do apoio da alta cúpula da cartolagem olímpica e dos dirigentes de federações esportivas mundiais, além de tentar engajar os atletas e a própria opinião pública. A agenda dos comitês das quatro cidades ainda incluiu um programa para observadores de áreas técnicas, que tiveram uma única oportunidade de ver o megaevento carioca em pleno funcionamento antes que a decisão final seja anunciada no congresso marcado para setembro de 2017, em Lima, no Peru. “O Rio é a primeira grande oportunidade de mostrar aos membros do COI quais são nossas propostas. Tivemos ótimas reuniões, e a vinda ao Brasil foi um passo muito importante para nós”, avalia Matt Rohmer, diretor de marketing da campanha americana, instalada em um colégio na Praia de Ipanema.

As regras estabelecidas para a disputa entre as postulantes a se tornar sede olímpica são rígidas e limitam a ação das campanhas. Os dirigentes não devem comentar o trabalho das rivais, conforme dita o manual de bons costumes olímpicos, e suas equipes de comunicação têm a atuação limitada a uma coletiva de imprensa. Os estandes montados no Rio não podem ultrapassar a área de 20 metros quadrados. Apesar do espaço pré-fixado, o investimento é pesado para impressionar os visitantes e dar um gostinho da experiência que terão durante os Jogos. Los Angeles, por exemplo, apostou numa maquete high‑tech, na qual projeções em 3D revelam como serão as instalações. Os italianos trouxeram pedras para simular um calçamento típico de Roma e ofereceram aos visitantes óculos de realidade virtual que os transportam até os monumentos históricos. “Nossa ideia é mostrar que temos talento para aliar a história à tecnologia, ao design e à modernidade”, defende Fabio Guadagnini, diretor de comunicação da campanha romana. Já os franceses e os húngaros franquearam seus espaços ao grande público e ofereceram como atrativo enormes mapas interativos da capital dos respectivos países. Fora das instalações oficiais, os concorrentes ainda apostaram em ganhar a simpatia dos brasileiros com ações mais amplas. Os italianos colocaram no Arpoador uma tela chamada Janela para Roma, por meio da qual cidadãos do Brasil e da Itália puderam trocar mensagens em tempo real. Já os franceses lançaram uma série de vídeos na internet que tinham como tema a junção das culturas do Rio e de Paris, numa série chamada Pariocas.

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Adquirir o direito de sediar uma Olimpíada exige trabalho que envolve uma rede de contatos e decisões políticas que ultrapassam a simples proposição de um projeto bem-sucedido. A campanha do Rio só conquistou a vitória em 2009, depois de um longo processo de aprendizado de duas derrotas em disputas anteriores. Para chegar ao nível exigido pelo COI, o comitê de candidatura contratou lobistas e especialistas que treinaram os brasileiros para a apresentação final em Copenhague. Nesse estágio, as cidades começam a divulgar nomes influentes que declaram seu apoio a elas. Entre os embaixadores do projeto italiano estão o tenor Andrea Bocelli, o estilista Giorgio Armani e o chef Massimo Bottura. No time de Los Angeles, há atletas como a tenista Steffi Graf, o velocista Carl Lewis e até o nadador brasileiro Thiago Pereira. O mesmo movimento é feito pelos governos. Desembarcaram no país o presidente francês, François Hollande, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, o presidente húngaro, János Áder, e o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti. Todos com os pins de sua candidatura na lapela e com discurso pró-olimpíada. O ministro francês do Esporte, em visita à cidade, passou grande parte dos Jogos conversando com os atletas e encontrando possíveis apoiadores da campanha. “Temos a convicção do quanto é importante o compromisso das diferentes esferas de poder diante do projeto de Paris; por isso, estamos aqui”, afirmou Thierry Braillard a VEJA RIO. Apontada como favorita na disputa, a capital francesa planeja sediar os Jogos pela terceira vez, exatamente no ano em que completa o centenário da segunda edição que realizou, em 1924 (a primeira foi em 1900). Pelo empenho em agradar aos eleitores que decidirão o pleito, os franceses não estão dispostos a perder essa chance.

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