Bibliotecas Parque sofrem com a falta de repasses da verba do governo
Problemas de caixa do governo estadual provocam um apagão na cultura e na educação
O louvável projeto das bibliotecas-parque do Rio de Janeiro, iniciativa do governo do estado, surgiu em 2010 e culminou, no ano passado, com a reabertura da monumental Biblioteca Parque Estadual. Coleção de 200 000 títulos, arquitetura e decoração arrojadas, computadores e teatro, entre outras atrações, logo alçaram o prédio na Avenida Presidente Vargas a motivo de orgulho da cidade. Foram registrados em média 35 000 visitantes por mês, desde o início do ano. Outro dado significativo: 250 dos cadastros para empréstimo de livros são de moradores de rua. Esse ambiente democrático, com estrutura de Primeiro Mundo, dedicado à aquisição, troca e criação de conhecimento, fechou as portas na quarta (25), junto com a unidade de Niterói (8 000 visitantes por mês).
Em Manguinhos (8 430 visitantes) e na Rocinha (5 600 visitantes), os horários de funcionamento foram reduzidos. A razão anunciada foi a falta de repasses da verba do governo estadual ao Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), a organização social responsável pela manutenção dos espaços. A prefeitura entrou em cena, oferecendo apoio financeiro até o fim de 2016, e a previsão na tarde de quinta-feira era que a Biblioteca Parque Estadual reabrisse já no sábado (28). Cortes na cultura e na educação, quando as finanças vão mal, são um problema tão grave quanto recorrente. Um dia antes, na terça (24), foi a vez de o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, decretar a suspensão das aulas na universidade por falta de serviços terceirizados básicos, de limpeza e segurança. A situação deve se normalizar até terça (1º).