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Aeroporto do Galeão ganha complexo de lojas e restaurantes

Remodelado e ampliado, o terminal recebe marcas internacionais e uma seção com forte presença de ícones do Rio

Por Carolina Barbosa
Atualizado em 2 jun 2017, 12h07 - Publicado em 21 Maio 2016, 01h00
Píer Sul: com 26 novas pontes de embarque, a expansão do Terminal 2 tem abertura marcada para segunda (23)
Píer Sul: com 26 novas pontes de embarque, a expansão do Terminal 2 tem abertura marcada para segunda (23) (Selmy Yassuda/)
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É difícil resistir ao trocadilho. Quase dois anos depois de passar para o controle de uma concessionária privada, o Aeroporto Internacional do Galeão começa, digamos, a decolar. Problemas crônicos de infraestrutura e serviços foram combatidos desde que o RIOgaleão assumiu a administração, em agosto de 2014. Elevadores e esteiras voltaram a funcionar, o estacionamento foi ampliado e modernizado e até o ar-condicionado, chateação antiga, anda espalhando um friozinho de montanha. A menos de três meses do início da Olimpíada — quando o fluxo de passageiros deve ganhar o reforço de 1,5 milhão de pessoas —, chega a vez do principal: está pronto, e tem abertura marcada para segunda (23), o Píer Sul, expansão do Terminal 2, com área de 100 000 metros quadrados e 26 novas pontes de embarque. A reforma do espaço tem o objetivo principal de melhorar a vida dos viajantes, é evidente, mas detalhes no cenário, alguns já visíveis, prometem proporcionar uma experiência diferente a quem passar por lá. Em instalação, um setor comercial com 24 000 metros quadrados vai receber marcas de prestígio que têm um inconfundível sotaque carioca.

A expectativa é que todos os novos estabelecimentos, entre lojas e restaurantes, estejam funcionando a pleno vapor até o início dos Jogos. No portfólio com jeito de shopping classe A, há empresas mundialmente conhecidas, a exemplo de Victoria’s Secret, Apple, Tommy Hilfiger e Polo Ralph Lauren. Essas e outras grifes vão ter espaço dentro da rede suíça varejista Dufry. Um toque carioca da gema aparece na decoração e em empreitadas que dificilmente alguém imaginaria encontrar dentro de um aeroporto. Um exemplo: o bar Palaphita, sucesso boêmio com duas unidades na Zona Sul, levará sua característica fachada de madeira para a área de embarque internacional do Galeão. “Não fomos atrás de grifes, mas de ícones. Estamos trazendo ofertas para todos os públicos”, diz Sandro Fernandes, diretor comercial do RIOgaleão.A empolgação de Fernandes é proporcional à ousadia do projeto. Remodelada, a loja do Duty Free no Terminal 2 reservou 650 metros quadrados para produtos locais, selecionados para traduzir o estilo de vida carioca. A arquitetura do lugar remete à sinuosidade das ondas do mar, no teto, e o piso reproduz o calçadão da orla. Quatro áreas foram batizadas com o nome de marcos da cidade. Na seção Maracanã, por exemplo, ficarão artigos esportivos. Já o território da Lapa, com estilo de botequim, abrigará bebidas e alimentos típicos, como rótulos de cachaça. Copacabana é o ponto dos suvenires e Ipanema, o reduto da moda, representado por nomes associados ao Rio: Cantão, Farm, Lenny, Osklen, Redley e Richards. “Esse conceito totalmente personalizado é inédito para nós. Acreditamos no potencial turístico do Rio e queremos dar ao estrangeiro a oportunidade de se despedir do país levando um pouco da alma carioca”, conta Gustavo Fagundes, diretor-geral da Dufry no Brasil.

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Todas essas transformações foram estruturadas com o apoio de uma extensa pesquisa, de 400 páginas, encomendada à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que traça o perfil do consumidor local. O estudo aprofundado abriu espaço para a chegada de negócios específicos, como três unidades da livraria mineira Leitura — entrevistados exigiram mais qualidade nas prateleiras. A carioquice do cenário e de diversos empreendimentos a caminho do Terminal 2 é um detalhe charmoso no longo processo de reforma do Galeão. Inaugurado em 1977, o complexo foi anunciado como o mais moderno do gênero na América Latina e o terceiro maior do mundo, com capacidade para receber supersônicos — no caso, o mítico Concorde, que fazia voos até Paris, com escala em Dacar, em pouco mais de seis horas. Esvaziamento e degradação interromperam um futuro auspicioso, retomado ao custo da concessão e de um pacote de 2 bilhões de reais gastos em melhoramentos que continuarão ocorrendo até o fim do ano. O novo Galeão merece um brinde. “Na área de embarque, vamos oferecer à turma de partida a chance de beber a última caipirinha no Rio”, brinca Mário de Andrade Netto, dono do Palaphita.

+ Sob nova administração, o Aeroporto do Galeão dá início a um ambicioso projeto de expansão

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