AVALIAÇÃO ✪✪✪
Uma tristeza perene se instalou na vida de Paulo e Rebeca: há oito meses, o filho pequeno do casal morreu atropelado. Abordar a mais indizível das dores é o desafio ? vencido com sobras ? deste drama do americano David Lindsay-Abaire, ganhador do Pulitzer em 2007. Estreante na direção, o ator Dan Stulbach exibe sensibilidade ao conduzir Reynaldo Gianecchini e Maria Fernanda Cândido como os pais enlutados, dois lados de uma mesma moeda. Ele aparenta suportar melhor a perda, mas apela ao conforto dado pelas reminiscências do filho, evocadas por desenhos, roupas e um vídeo antigo. Ela se vê paralisada e parece querer se livrar de tudo o que remete à criança. A atuação dos dois espelha de forma
bem-sucedida esse contraponto entre os personagens: Gianecchini exibe uma angústia palpável e Maria Fernanda aposta na introspecção. Ambos, entretanto, sofrem, e o casamento entra em crise. Certo dia, o jovem atropelador (Felipe Hintze, marcante nos seus poucos minutos em cena) entra em contato com eles. Também no elenco, Simone Zucato (uma das produtoras da montagem) é a irmã amalucada de Rebeca e Selma Egrei surge afiada na pele da mãe das duas (110min). 12 anos. Estreou em 7/3/2014.
Teatro do Leblon ? Sala Fernanda Montenegro (417 lugares). Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon, ☎ 2529-7700. → Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 80,00 (sex. e dom.) e R$ 90,00 (sáb.). Bilheteria: a partir das 15h (sex. a dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. IC. Estac. (R$ 4,00 a cada meia hora). Até 8 de junho.