Um guerreiro nada santo
Com bom humor, Jorge Fernando repassa em cena altos e baixos de sua trajetória
Ator e diretor, Jorge Fernando, 56 anos e quase quatro décadas de carreira, engrossa a leva de espetáculos biográficos em cartaz. No monólogo Salve Jorge, entrou com sua própria história num circuito que já retrata em cena a vida de Emilinha, Marlene, Judy Garland e Tim Maia. Para se distinguir, o ex-militante do besteirol nos 80 optou pelo humor. Sozinho no palco, relembra fracassos e revela como, munido de teimosia e fé em São Jorge, os superou.
Ao longo da sessão, ele conta que nasceu no subúrbio de Del Castilho, ganhou o nome do santo guerreiro por causa da devoção da mãe, Hilda Rebello, e começou a fazer teatro na cidade paraibana de Campina Grande, na peça A História do Jardim Zoológico. Seguro diante do texto do americano Edward Albee, usou-o sempre nos testes de elenco ? assim conquistou um papel na série Ciranda Cirandinha e entrou na TV Globo, em 1978. No caminho, enfrentou dissabores, a exemplo da apresentação de seu primeiro monólogo no Rio para quatro pessoas. O relato em tom de conversa é apoiado por caprichadas projeções, de fotos de infância a trechos de novelas e minisséries. Em meio a piadas, algumas com a participação dos espectadores, Jorge Fernando encontra tempo para mencionar seu protetor e orar para ele. Compõe, dessa forma, uma comédia divertida, na medida para atrair a turma que lota vans e plateias da cidade.
Salve Jorge (90min). 12 anos. Estreou em 20/1/2012. Teatro dos Quatro (402 lugares). Rua Marquês de São Vicente, 52, 2º piso (Shopping da Gávea), Gávea, ☎ 2274-9895. → Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 80,00. Bilheteria: a partir das 15h (sex. a dom.). IC. Estac. (R$ 6,00 por duas horas). Até 29 de abril.