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Fluxorama

Três monólogos compõem o espetáculo de Jô Bilac

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 13h58 - Publicado em 11 dez 2013, 16h16

AVALIAÇÃO ✪✪✪

Indicado ao Prêmio Shell pelo texto de Conselho de Classe, ótima comédia apresentada recentemente no Espaço Sesc e na Sede das Cias, o dramaturgo carioca Jô Bilac volta a acertar neste intrigante drama em cartaz no Oi Futuro Flamengo somente até domingo (15). Composta de três monólogos escritos em anos distintos, a encenação é estruturada de forma inovadora: Rita Clemente, Viniciús Arneiro e Inez Viana são não apenas os atores que dão vida às histórias, mas também respondem, cada um deles, pela direção de um dos segmentos da peça. Sob a batuta de Inez, Rita abre os trabalhos com Amanda, texto concebido em 2009 sobre uma mulher que vai, progressivamente, perdendo seus sentidos, mas mantém segredo a respeito de seu estado. Em Luiz Guilherme,

de 2011, Arneiro encarna, dirigido por Rita, um moribundo preso às ferragens de um carro após um acidente. Finalmente, Arneiro conduz Inez em Valquíria, texto de 2013 no qual se acompanha a rotina de uma mulher em exaustiva preparação para correr a São Silvestre. A rigor, as tramas não guardam relação entre si, mas há pelo menos um ponto notoriamente comum: defrontados com situações-limite, todos os personagens refletem sobre seu respectivo estado em um jorro de palavras que remete a um fluxo contínuo de pensamento, evocando o nome do espetáculo. Trata-se de uma abordagem que, vale avisar, pode causar alguma estranheza no espectador afeito a uma dramaturgia mais convencional. Felizmente, porém, o resultado encontra a justa medida para não descambar em hermetismo estéril. A ordem dos monólogos, mais do que cronológica, sugere uma progressão, desde a contenção resignada de Amanda, passando pela tentativa de superação da imobilidade de Luiz Guilherme até a agitação contagiante de Valquíria ? climas estabelecidos em cena à custa de um afinado entrosamento entre diretores e atores. Deve-se destacar ainda a excelente cenografia do estúdio Radiográfico, dos designers Olivia Ferreira e Pedro Garavaglia, única para os três monólogos e valorizada pela iluminação de Tomás Ribas. Mais evocativa do que literal, reúne funcionalidade e beleza (70min). 14 anos.

Oi Futuro Flamengo (63 lugares). Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, ☎ 3131-3060, ? Largo do Machado. Quinta a domingo, 20h. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 14h (qui. a dom.). Até domingo (15).

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Premiado: os vencedores do Prêmio Shell ao qual Bilac foi indicado por Conselho de Classe só serão conhecidos em 2014, mas o autor já conquistou essa mesma láurea em 2010, pelo texto de Savana Glacial

Maravilha de cenário: responsável por alguns dos programas e cartazes de peças do circuito carioca,

o estúdio Radiográfico assina aqui o seu segundo trabalho de cenografia. O anterior foi em Philodendrus, espetáculo de teatro físico dirigido por Cristina Moura

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