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Contagem regressiva

Com várias obras ainda em andamento, os 100 dias que faltam para a Copa do Mundo prometem fortes emoções

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 2 jun 2017, 13h11 - Publicado em 6 mar 2014, 21h51

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Na terça-feira (4), começa a contagem regressiva dos 100 dias que precedem a abertura da Copa do Mundo. No Comitê Organizador Local, a principal preocupação na semana passada era que a efeméride coincidiria com o Carnaval, o que inevitavelmente tiraria a força da data, estratégica na promoção do evento no Brasil. Nos órgãos de governo ? e na população em geral ? a preocupação é outra. Entramos no momento crítico dos preparativos em que começa a se delinear o que de fato se tornará realidade e o que ficará apenas na promessa. No caso do Rio, vários compromissos assumidos em um documento chamado Matriz de Responsabilidades, assinado no início de 2010 (veja o quadro ao lado). Pelo menos um deles, a reforma do terminal de passageiros do porto e de seu entorno, nem sequer sairá do papel. Prevista na Matriz, a intervenção, orçada em 91 milhões de reais, foi cancelada depois de uma longa e improdutiva discussão acerca do formato do píer a ser construído. “Essa é mais uma prova das dificuldades que temos com o planejamento. Perde-se um tempo enorme na fase inicial dos projetos e, quando o prazo se aproxima do fim, começa uma corrida enlouquecida para entregar tudo”, diz Nireu Cavalcanti, professor de urbanismo na Universidade Federal Fluminense.

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Em meio a toda a apreensão, uma coisa precisa ficar clara. As pichações pelos muros da cidade que dizem “Não vai ter Copa” são fantasiosas. O Mundial vai acontecer, mesmo com soluções improvisadas. Diferentemente do que ocorre em uma Olimpíada, que requer uma série de intervenções no município-sede, para a realização de uma Copa do Mundo a Fifa só faz questão mesmo de estádios modernos com infraestrutura adequada para a transmissão das imagens e o trabalho da imprensa. Nesse quesito, o Rio está bem cotado em relação a outras capitais brasileiras, com o Maracanã renovado e funcionando a contento. Os problemas começam quando se leva em conta o que está além das exigências dos mandachuvas do futebol, aquilo que costuma ser qualificado como legado do evento. Nesse aspecto, o carioca terá de suportar a frustração. Teremos um aeroporto internacional decente até maio? Não. O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, fez uma vistoria há duas semanas no Galeão e reconheceu que é impossível deixar tudo pronto. “Vamos entregar reformado o setor de embarque e desembarque nacional, mas o internacional, infelizmente, só depois da Copa”, avisou o ministro.

Em várias frentes que ainda não estão totalmente comprometidas pelos atrasos, corre-se contra o tempo. No Maracanã, a passarela de ligação entre o estádio e a Quinta da Boa Vista, prometida para a Copa das Confederações em junho passado, ainda não foi concluída ? falta a cobertura, que está em fase de instalação. A única obra de mobilidade urbana que deveria ser entregue até a Copa, a Transcarioca, via expressa que conectará a Barra ao Galeão, iniciaria suas atividades em dezembro de 2013, mas tem apenas alguns trechos abertos. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, ainda faltam ser pavimentadas cerca de 15% das pistas, o que deve ser concluído até maio. No entanto, a obra a ser inaugurada será bem diferente daquela que consta no papel, pois das 45 estações de BRT previstas apenas nove estão prontas. Muitas delas ainda nem receberam a fundação de concreto. “Atrasos acontecem até em obra de banheiro, que dirá num projeto dessa magnitude. Mas temos mecanismos para cobrar as empreiteiras, e vai dar tempo de entregar tudo”, afirma o secretário municipal de Obras. Pelo visto, os próximos 100 dias serão emocionantes.

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